quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Então é Natal...

Natal somos nós quando decidimos nascer de novo, a cada dia, nos transformando. 
Somos o pinheiro de natal quando resistimos vigorosamente aos tropeços da caminhada. 
Somos os enfeites de natal quando nossas virtudes, nossos atos, são cores que adornam.
Somos os sinos do natal quando chamamos, congregamos e procuramos unir. 
Somos luzes do natal quando simplificamos e damos soluções. 
Somos presépios do natal quando nos tomamos pobres para enriquecer a todos. Somos os anjos do natal quando cantamos ao mundo o amor e a alegria. 
Somos os pastores de natal quando enchemos nossos corações vazios com Aquele que tudo tem. 
Somos estrelas do natal quando conduzimos alguém ao Senhor. 
Somos os Reis Magos quando damos o que temos de melhor, não importando a quem. 
Somos as velas do natal quando distribuímos harmonia por onde passamos Somos Papai Noel quando criamos lindos sonhos nas mentes infantis.
Somos os presentes de natal quando somos verdadeiros amigos para todos. 
Somos cartões de natal quando a bondade está escrita em nossas mãos. Somos as missas do natal quando nos tomamos louvor, oferenda e comunhão. 
Somos as ceias do natal quando saciamos de pão, de esperança, qualquer pobre do nosso lado. Somos as festas de natal quando nos despimos do luto e vestimos a gala. 
Somos sim, a Noite Feliz do Natal, quando humildemente e conscientemente, mesmo sem símbolos e aparatos, sorrimos com confiança e ternura na contemplação interior de um Natal perene que estabelece seu Reino em nós. 


Feliz Natal a todos  e que 2015 venha cheio de novas surpresas e oportunidades!!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

De quem você é?


Do choro inaugural ao último suspiro, a vida é pródiga em possibilidades. Casarás ou não casarás. Terás dinheiro ou viverás duro. Votarás no PT ou no PSDB. Conhecerás mais sucessos do que fracassos. Fracassarás mais do que terás sucesso. Serás mais medroso do que valente. Mais corajoso do que medroso. Ou mistures tudo, mandando o maniqueísmo e os mandamentos às favas. 
Ao mesmo tempo, todo mundo é muito de cada coisa e um pouco de tudo. Por sinal, a imensa graça da vida está no inesperado dos caminhos, nas curvas - e não nas retas - do destino. Nascemos com tendências, mas nunca predestinados. Assim, um retirante se torna presidente da República. Um privilegiado destinado à glória perde tudo. 
Mas também é fato que ninguém nasce folha em branco. Mesmo na barriga da mãe já temos uma história. Somos seres enraizados. A máxima: ninguém sabe para aonde irá, mas sabemos de onde viemos. Eu, por exemplo, vivo em Sampa, nasci no Rio de Janeiro, sou filha de uma gaúcha e de um cearense. Não faço ideia em qual cidade morrerei. 
Trocando em miúdos: vivo apressada, me arrepio ao som de escolas de samba, me comovo com jangadas do Mucuripe impulsionadas pelo  vento minuano dos pampas. Ser filha de uma mulher do sul e de um homem do nordeste me enche de orgulho. Duas pontas de um Brasil plural. 
No meio disso, o Rio de Janeiro. Quando eu nasci, a cidade era a Capital Federal. Havia nariz empinado por tanta beleza e vaidade nas ventas de ser o centro dos acontecimentos. Em 1960, com a inauguração de Brasília, o Rio teve que se reinventar. Parecido com  várias reinvenções que sacodem a vida da gente.
Certa vez li - não lembro se escrita por um poeta, ou por uma filósofa -  uma frase marcante: “Se você reconhece e ama suas próprias raízes, será capaz de respeitar as raízes dos outros”. O que no fundo é igual a dizer: Conhece-te a ti mesmo e saberás do outro. 
reconhecimento das origens leva ao pertencimento. O que nada mais é do que se sentir confortável com os antepassados. Pouco importa se o bisavô viveu num quilombo, se a bisavó nasceu na outra margem do Atlântico. 
Importa amar de quem viemos. A natureza nos ajuda a enxergar e compreender a importância das raízes. Quanto mais vigorosas são, maior e mais forte é a árvore. Para voar alto e livre é preciso ter um terreno firme de onde decolar. 
Imagem: Régine Ferrandis
 Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/blogs/mente-aberta/de-quem-voce-e-083955639.html

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Preconceitos sutis...

Eram 7 horas da noite, horário de pico de uma tradicional academia paulistana de classe média-alta. Eu corria na esteira e - repentinamente, não sem susto - dei-me conta de algo que não tinha percebido antes: a absoluta ausência de pessoas de cor negra na academia. A situação não me chamaria a atenção se eu estivesse malhando na Dinamarca, mas considerando que eu a) estava no Brasil e b) me encontrava numa cidade de pessoas de todas as cores, achei aquilo no mínimo inusitado. Nunca tinha me dado conta de tal coisa, apesar de malhar naquele lugar há meses. E, de repente, fez-se a luz: não havia negros no local. Nem um pra contar história.
Meditativo, ainda que numa velocidade de 8,5 km/h, pus-me a pensar nas possíveis razões da ausência de pessoas negras em minha academia. Teriam elas menos dinheiro para poder gastar num lugar tão caro? À parte os faxineiros de pele escura, todos os presentes naquele lugar tinham a pele branca ou, no máximo, eram morenos claros.
O IBGE atesta que pessoas negras em geral ganham cerca de 40% menos do que pessoas de cor branca. A desigualdade financeira talvez explicasse aquela incômoda ausência. Talvez estivessem malhando numa academia mais barata...
Mas eis que, como que para contradizer minha percepção, um indivíduo negro adentrou o ambiente. Aleluia, pensei. Pelo menos um negro tinha dinheiro pra pagar aquela academia - o que não mudava muita coisa, já que ele era claramente exceção. Fiquei curioso e me pus a observá-lo: bem vestido, extrovertido, tinha vários amigos no ambiente, que o saudaram com vigor quando ele chegou. Nenhum parecia sequer vagamente racista. Pensei: talvez tenham razão, o preconceito é de classe, o preconceito é contra pobres (não que isso seja melhor, aliás).
Entretanto, um fato específico desmentiu completamente esta teoria de preconceito focado em classes sociais. Não sem espanto, percebi que, quando o sujeito negro (de classe média alta, pelo que podia se aventar de suas roupas) utilizava um aparelho, a pessoa que vinha depois limpava o aparelho com um pano com álcool. Este seria o procedimento correto para todas as vezes que alguém utilizasse um aparelho, e mais correto ainda seria se a própria pessoa que acabou de usar limpasse a máquina. Mas ali havia uma clara exceção: ninguém se preocupava em limpar os aparelhos quando qualquer outra pessoa os usava. Só quem merecia a "limpeza" era o negro. Quer dizer, no suor alheio podemos nos refastelar, contanto que não seja o suor do negão. E, notem bem, ele nem suava! A academia, cara que é, tem um potente ar condicionado.

PRECONCEITO É COISA APRENDIDA

A cena foi, para mim, um tapa na cara. O mais impressionante é que ninguém parecia estar fazendo aquilo conscientemente. Nem o próprio rapaz negro parecia se dar conta de que os aparelhos eram limpos com álcool apenas depois que ele os usava. E quem fazia isso eram seus próprios amigos. Depois de ver a coisa se repetir por mais de trinta vezes, me dei por vencido: não era paranoia minha. Os aparelhos realmente só eram higienizados por causa do negro.
Ninguém nasce racista, preconceito é coisa aprendida. Ainda que se possa argumentar que tendemos a naturalmente estranhar pessoas que apresentem características diferentes das nossas, isso não justifica a fantasia - no caso, aparentemente inconsciente - de que uma pessoa negra seja "mais suja" e demande "mais higiene" do que outras pessoas. Isso é coisa incutida desde a mais tenra infância.
Venho de Salvador. Antes de 1988 - quando o racismo foi pontualmente criminalizado - perdi a conta de quantas vezes vi pessoas negras serem alvo de termos pejorativos. Um dos mais comuns era "preto fedido". Felizmente, não vejo mais este tipo de coisa sendo dita, justamente porque ficou claro que se referir assim a alguém é crime. Mas o fato de o racismo ter sido pontualmente criminalizado não elimina o preconceito. No fundo, muita gente ainda acha que negros são inferiores, ou potencialmente criminosos, apenas recalcam o que pensam para não serem processadas. Pior ainda é quando este racismo é inconsciente. Duvido, por exemplo, que as pessoas da minha academia se vejam como racistas. Seus movimentos "higienizadores" eram automáticos, inconscientes. Eu mesmo não teria me dado conta da coisa, se não estivesse muito atento e refletindo sobre tais questões.

PAPEL EDUCATIVO DA CRIMINALIZAÇÃO

O caminho dos Direitos Humanos não se alcança através de criminalizações, e sim da educação. Mas uma coisa não exclui a outra, e concebo perfeitamente o papel educativo de uma criminalização. Se pontuamos que uma coisa é crime, isso fica mais claro. E sou testemunha de que a criminalização do racismo pode até não ter acabado com o racismo, mas diminuiu sua intensidade.
Evidentemente, não é possível criminalizar a atitude dos camaradas da academia. Eles mesmos sequer pareciam ter consciência do que faziam. Nem o próprio rapaz negro se tocava do que estava ocorrendo. E é em situações como esta que o Direito tem pouco a fazer, mas a Filosofia tem muito. O ato de pensar, de pensar com rigor e disciplina pode fazer com que nos demos conta de procedimentos repetitivos e programações existentes sobre as quais nunca nos demos conta."O ato de pensar, de pensar com rigor e disciplina pode fazer com que nos demos conta de procedimentos repetitivos e programações existentes sobre as quais nunca nos demos conta."
E por isso mesmo que uma educação filosófica se faz tão necessária desde cedo. Para apagar os vestígios deste racismo remanescente.
Para nos livrar da escravidão cujos grilhões acorrentam todos nós, independentemente da cor de nossas peles: a escravidão do preconceito repetido por séculos e séculos. Podemos e devemos ser maiores do que isso e dizer "não" a este insidioso senhor de engenho que habita os recônditos de nossas mentes.

Fonte: http://www.personare.com.br/preconceitos-sutis-no-dia-a-dia-m1363

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Os filhos crescem e seguem em frente...

Andei afastada por um motivo muito especial.. casamento da filha, que aconteceu dia 26/07...

       Dá um aperto no coração, somos atropelados por tantos preparativos e vamos vivendo um dia após o outro correndo contra o tempo pra conseguir organizar tudo a tempo, tanta coisa pra cortar, colar, procurar, comprar,  quando  chega o dia estamos tão estasiados que é quase em choque olhamos perplexos pra tudo pronto e organizado,  de acordo com o planejamento  e trabalho de meses,   o brilho dos olhos, o sorriso incontido  os amigos, parentes, me vi observando cada reação e é difícil conter tanta felicidade no coração e um pouco de  angústia,  um misto de felicidade e  preocupação com o futuro deles que  está sendo construído a partir daquele momento.

      Enfim,  a vida segue,  é torcer pra felicidade deles... que sejam felizes enquanto dure,  já me disse um amigo, citando o grande poeta Vinícius de Moraes.




      Agora é retomar minha vida, me adaptar a nova rotina e horários, sem ter que me preocupar em levar e buscar, se ela vai viajar ou voltar pra casa, me sinto um pouco perdida ainda, ficou um vazio lá em casa mas, tudo vale a pena, cada lágrima, tristeza, sorriso!!

sábado, 10 de maio de 2014

Dia das mães...

Parabéns a minha mãe, minhas irmãs, minha sobrinha querida que este será seu primeiro dia das mães, a todas as minhas amigas que são mães e avós e a todas as mães espalhadas por este mundo a fora, as mães de filhos especiais que não medem esforços pra que não falte nada aos filhos e se viram em mil pra conseguir atender todas as urgências que aparecem todos os dias vencendo as inúmeras limitações com orgulho e coragem pra recomeçar tudo todos os dias. Compartilho esta mensagem linda.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Guilhermes Arantes e Daniel..

As músicas do Guilherme Arantes marcaram minha vida e grandes momentos que hoje fazem parte da minha história. Eu admito que tenho um certo preconceito com alguns artistas sertanejos que surgem do nada e lançam músicas sem o menor sentido, tomam espaço de artistas com um estrada e história no cenário musical e também de outros talentosos que não têm oportunidade e dinheiro pra bancar a máfia da música deste país.

O Daniel é um artista que admiro pela postura pessoal e história de vida, ele faz parte do seleto grupo sertanejo raiz deste estado de Goiás   que eu admiro muito.

A Música que ele gravou, Meu Mundo e Nada Mais, com a participação do Guilherme Arantes ficou lindíssima, vale a pena ver  e eu compartilho aqui  com quem ainda não viu.



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=n9QvrCYsloI

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Grosseria disfarçada de sinceridade magoa sem necessidade

É cada vez mais comum ver por aí pessoas que fazem questão de afirmar –em alto e bom som ou nas redes sociais– o quanto são sinceras, verdadeiras e que "falam na cara, mesmo". Muitas vezes, no entanto, toda essa atitude anti-hipocrisia não passa de um comportamento grosseiro. Muita gente que se diz autêntica, na prática, acaba magoando os outros sem necessidade, com comentários que parecem motivadores ou críticas construtivas, mas não passam de ofensas.
Vários comentários, considerados sinceros, são desnecessários. Afinal, qual a utilidade de falar para um amigo que ele está ficando careca, chegou ao trabalho com um ar abatido, engordou ou se parece com alguma celebridade intragável? Se ele anda insatisfeito com a própria aparência, ouvir esse tipo de observação só fará com que se sinta ainda pior.
Se você faz parte do time dos adeptos da "franqueza a qualquer preço", está na hora de rever a forma como vem tratando os outros. O primeiro passo é entender as diferenças entre sinceridade e grosseria.
De acordo com Alexandre Bortoletto, instrutor da SBPNL (Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística), a sinceridade é sinônimo de assertividade. "É algo positivo, que oferece ganhos tanto para quem escuta como para quem diz", afirma.

"Porém, quando a ação está carregada de intenções ofensivas para o outro, a ponto de menosprezar e não agregar nada, pode ser sinal de baixa autoestima de quem fala". São comuns comentários travestidos de sinceridade que nada mais são do que alfinetadas,  ditas por pessoas que projetam as próprias fraquezas nos outros.
Na opinião da psicóloga organizacional Izabel Failde, muitos dos que se dizem sinceros são, realmente, mal-educados e desrespeitosos. Mas podem ser, também, sensíveis, por isso tratam os demais de um jeito indelicado propositalmente, para manter distância, como uma forma de proteção.

"Outros simplesmente gostam demais dessa característica, pois acreditam se tratar de uma qualidade, e ignoram o outro, seus limites e emoções. Fazem questão de praticar a sinceridade custe o que custar e chegam ao ponto de não perceber o motivo do distanciamento da família, da ausência de amigos, dos empregos que não dão certo", comenta Izabel.

Modo de falar

Para a sinceridade se transformar em grosseria, há uma série de fatores. "Depende, muitas vezes, de como a informação é dada, e não do conteúdo dela em si", afirma Angélica Capelari, docente do curso de Psicologia da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo). "Assertividade é dizer o que precisa ser dito, para a pessoa certa, no lugar certo e no momento certo, tudo isso com uma embalagem elegante", completa Alexandre. 
É preciso, ainda, ter cuidado com as ênfases, pois determinadas palavras recebem um peso maior ou menor. O tom e o volume de voz também devem ser levados em consideração, assim como o perfil da própria pessoa que pediu a opinião ou para quem você vai falar o que pensa. Há pessoas mais frágeis emocionalmente, enquanto outras filtram o que escutam ou conseguem dar uma boa resposta sem precisar retribuir a alfinetada.
Segundo a psicóloga Maria Rocha, podemos dizer certas verdades que podem parecer mais construtivas e não grosseiras quando temos uma relação mais íntima com a pessoa. Por outro lado, em um contexto no qual não temos um grau de liberdade com o outro, há o risco de uma opinião pessoal soar agressiva para quem está ouvindo.
"Esse contexto, muitas vezes, expõe o outro e seus sentimentos em uma situação que não é adequada. Por isso, é preciso sempre levar em consideração o respeito ao próximo e seu ponto de vista. Quando se é sincero, é preciso pensar antes qual é a real intenção. É comum a pessoa querer passar sinceridade e acabar sendo grosseira com o que não é dito em palavras, mas nas entrelinhas", diz Maria.

Controle-se

Para mudar esse padrão de conduta, tenha autocontrole. É preciso refletir antes de falar, pois não se deve por para fora tudo o que vem à mente. E, principalmente, é essencial reconhecer o próprio posicionamento errado para realizar a mudança.

"Quando perceber que foi grosseiro, peça desculpas pela forma que colocou sua opinião e reformule a frase, dessa vez dizendo a mesma coisa de um jeito mais suave. Perceba pela expressão do outro como ele reage à sua forma de falar", diz Alexandre Bortoletto.

Defenda-se


Para quem vem sendo alvo de grosseria disfarçada de sinceridade, a psicóloga Izabel Failde tem uma dica: "A pessoa grosseira não está acostumada a ser tratada com educação, por isso, a polidez pode ser impactante e quebrar o padrão. Sem entrar na mesma frequência mal-educada, solicite que o emissor da mensagem seja mais polido, calmo ou claro", declara.
"E expresse na hora o que sentiu, dizendo que não gostou da maneira como o outro falou. Isso é saudável, porque você não ficará remoendo o sentimento e já define limites para que que o interlocutor não repita a atitude", completa a psicóloga Maria Rocha. 
Fonte:  http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2014/04/17/grosseria-disfarcada-de-sinceridade-magoa-sem-necessidade.htm
Leia mais em: http://zip.net/btm7S7

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Nem toda mulher quer ter filhos. Qual o problema nisso?

Conheço algumas mulheres que não desejam ser mães e isso  realmente nos choca, mesmo tentando parecer que não e agindo como se fosse normal  acabamos julgando, e tentando entender o por que. Lendo notícias achei esta matéria bem interessante que trata do assunto. Compartilho com os amigos.

Quando crianças, aprendemos que o ciclo da vida é simples: você nasce, cresce, se reproduz, envelhece e morre. Esse é o ciclo de vida dos animais. Irracionais. E é seguido como se nós, animais racionais, não pudéssemos questionar esse passo a passo.
A questão é que nem toda mulher, ou homem, quer ter filhos. E isso não deveria ser um problema. Ser mãe é uma decisão importantíssima e séria. É algo para a vida inteira e requer tanto empenho, dedicação, trabalho árduo e boa vontade que não pode ser feito sem a certeza plena de que você quer aquilo.
Quando crianças, aprendemos que o ciclo da vida é simples: você nasce, cresce, se reproduz, envelhece e morre. Esse é o ciclo de vida dos animais. Irracionais. E é seguido como se nós, animais racionais, não pudéssemos questionar esse passo a passo.
Mas aí a sociedade cobra. E sempre pelos motivos mais estranhos e irracionais. É como se pensar por si só, respeitar suas vontades e necessidades fosse uma ofensa ao mundo. Não é. Ninguém tem a obrigação de reproduzir, não é como se a raça humana fosse ser extinta. A pressão para dar o “próximo passo” não deveria existir e é responsável por manter muita gente infeliz.
O papo de que toda mulher tem instinto maternal, então,é uma grande mentira. Somos uma construção social. O instinto materno até pode ser forte em algumas de nós, há pessoas que gostam de cuidar do outro, mas isso não é algo inerente à mulher. Nasceu mulher, tem instinto maternal. Nada disso. Cada mulher é única e nenhuma de nós deve seguir os padrões contra sua vontade própria.
“Mas vocês são um casal tão bonito, é uma pena não ter filhos”
Casais bonitos sofrem com essas perguntas, ainda mais se forem famosos. É como se guardar a beleza apenas para eles fosse um crime contra a sociedade. E as pessoas se esquecem de pensar em todo o esforço que os pais fazem na criação de um filho. Se é apenas por beleza, pinte um quadro, faça um ensaio fotográfico e mortalize sua bela imagem.
“Quem vai cuidar de você quando você envelhecer?” 
Quando alguém fala que ter filhos é importante para que você não ficar sozinha ou ter quem cuide de você no futuro quero apenas chorar – imagino que quem não quer ter filhos tenha vontades piores. Quem vai cuidar de você? Uma enfermeira, talvez. Ou você mesma, caso tudo dê certo e você envelhece sem traços de demência. Filhos não são serviçais.
“Você não se acha egoísta?” 
Depois dos argumentos sobre deixar o planeta mais belo e ter um enfermeiro grátis quando envelhecer, você ainda precisa ouvir o argumento de que seria egoísta. Pois é, você é o problema e não quem tem filhos para o prazer do outro ou trabalho gratuito.
Não ter filhos é uma decisão consciente e ninguém é egoísta por isso. Você é apenas verdadeiro e sabe e respeita seus desejos e vontades.
“Você não quer ter uma família?” 
O conceito de família é diferente para cada pessoa. E não é difícil entender e respeitar isso. Um casal é uma família. Uma mulher com diversos filhos é uma família. Um casal gay é uma família. Um homem com diversos filhos é uma família. Um casal gay com filhos é uma família. Foi-se o tempo em que família era aquela que aparece no comercial de margarina: papai, mamãe e filhinhos. Família são as pessoas que você escolhe ter sempre por perto, que ama incondicionalmente e sentem o mesmo por você. E para isso não é necessário nem laço sanguíneo.
“Qual o sentido, então, de estar em um relacionamento?”
Estar com a outra pessoa. O sentido de estar em um relacionamento deve ser sempre o mesmo: estar com o outro. Qualquer coisa que não seja isso é questionável.

Fonte:  https://br.mulher.yahoo.com/blogs/preliminares/nem-toda-mulher-quer-ter-filhos-qual-o-095655955.html

sábado, 12 de abril de 2014

Por medo de desamparo casais viram estranhos que ocupam o mesmo espaço

A questão da semana é o caso da mulher, casada há 30 anos, que considera sua vida tediosa e sem graça. Ela e o marido não fazem sexo há anos e mal se comunicam. Essa situação não é rara.
Há algum tempo, atendi no consultório um grupo de dez mulheres, que se reuniam por uma questão específica: a solidão. As idades variavam de 35 a 55 anos. Oito eram casadas, uma separada e uma viúva. Apesar de expressarem o desejo de um companheiro estável, ficou evidente como as vidas das que viviam sozinhas eram mais interessantes e cheias de possibilidades em comparação com as das mulheres casadas.
Estas se mostravam desesperançadas, sentiam-se impotentes para tentar qualquer transformação que pudesse lhes proporcionar algum prazer no plano afetivo e sexual. A monotonia do dia-a-dia, a falta de diálogo com o marido e a ausência de uma vida sexual satisfatória eram a tônica de suas queixas. Relato aqui a história de uma delas por ser, nos aspectos principais, semelhante à de todas as outras mulheres do grupo:
Joyce estava casada há 27 anos. Após o casamento das duas filhas, passou a morar sozinha com o marido. Foi nessa época que um sentimento profundo de solidão se apoderou dela. Gostava de sair, ir ao cinema, conhecer pessoas, mas seu marido recusava qualquer sugestão sua. Não conversavam nunca. Ele chegava cedo do trabalho e trancava-se no escritório. Dirigia-se a ela exclusivamente para saber se precisava de dinheiro para algum pagamento doméstico. Faziam sexo muito raramente, e mecânico, sem nenhum carinho. Ele não a tratava mal nem bem. Era indiferente. Quando casou com ele, aos 18 anos, Joyce não imaginava que sua vida seria assim. Sempre ouviu seus pais dizerem que se não se casasse teria uma vida de solidão.
Somente a partir da década de 1940 passamos a associar mais intimamente casamento a amor. A entrada do amor romântico fez do casamento o meio para as pessoas realizarem suas necessidades afetivas, sendo a sociedade ocidental a única a assumir o risco de ver esse tipo de união ser estabelecido sobre o amor de um casal.
Imagina-se que assim se alcançará uma complementação total, que as duas pessoas se transformarão numa só, que nada mais irá lhes faltar e, para isso, fica implícito que cada um espera ter todas as suas necessidades pessoais satisfeitas pelo outro. Em pouco tempo essas expectativas se mostram incompatíveis com a realidade, e as frustrações vão se acumulando.
Na busca de segurança afetiva e financeira, qualquer preço é pago para evitar tensões decorrentes de uma vida autônoma. Por medo do desamparo as pessoas suportam o insuportável tentando manter a estabilidade do vínculo, e não raro se tornam dois estranhos ocupando o mesmo espaço físico.
Não há dúvida de que o medo da solidão é responsável por muitas opções equivocadas de vida. Tenta-se acreditar que casamento é assim mesmo. Aí é que reside o perigo. Se a pessoa não tomar coragem e sair fora, vai viver exatamente o mesmo que um sapo desatento. Uma fábula conta que se um sapo estiver em uma panela de água fria e a temperatura da água se elevar lenta e suavemente, ele nunca saltará. Será cozido.
Fonte:  http://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/2014/04/12/casada-e-sozinha/

domingo, 23 de março de 2014

O fracasso faz parte da vida

Pode reparar, as pessoas narram mais sucessos do que fracassos. Falam dos trabalhos bem-sucedidos, silenciam sobre os malogrados. Preferem lembrar do excelente negócio e esquecer de uma transação deletéria. Talvez porque associamos o fracasso à coisa ruim e o sucesso à coisa boa.
É como se nos envergonhássemos das situações em que fomos burros, ou passados para trás. No entanto toda biografia, até as dos que nasceram anteontem, apresenta doses consideráveis de erros e autoenganos. Quantas vezes me senti capaz e não fui. Outras, farejei oportunidades que deram em becos. Houve projetos em que acreditei entender tudo e no final não havia compreendido nada.
Ao ler entrevistas com empresários muito ricos, com celebridades do mundo das artes, com prêmios Nobéis, fico sempre aguardando o momento em que eles falarão do que não deu certode uma visão equivocadade um tiro n´água. Em geral, elas e eles não revelam. É tudo sucesso!
Mas, de repente, acontece de alguém ser mais sério e sincero. Chega e conta dos fracassos. Aí é delicioso, porque eu aprendo. É bem mais didático quando o sujeito explica para a gente como o carro atolou na estradinha de lama. E, é claro, como ele saiu. Já um motorista que só narra o exímio piloto que é, não ensina ninguém.
Quem sabe o sucesso seja uma caixinha fechada. Em contrapartida, o fracasso é mais humano. Os cientistas conhecem bem os caminhos do erro, por conta disso vão experimentando até o acerto. O exercício diário de tentar-errar-tentar pode levar anos. E um dia, ou uma tarde, ou uma noite:Eureka!
É justo que a gente procure e encontre o sucesso. Como a felicidade, ele assume várias caras e jeitos.Riqueza, amor, valorização, fama, cama, autógrafo, fotografia, capa de revista, manchete no portal eletrônico, viagem, banheira, veleiro, seguidores.
A questão é quando o sucesso, mesmo depois de fazermos tudo direitinho, não dá as caras. Quero dizer, melhor ir tocando a vida sem se importar muito com ele. Se ele aparecer, será bem-vindo! Mas correr atrás do sucesso de forma obsessiva tem a marca do fracasso.

Fonte:  http://br.noticias.yahoo.com/blogs/mente-aberta/adivinhe-quem-n%C3%A3o-veio-130716107.html

O amor cura tudo ( será?)

Eu discordo de quem diz que o tempo cura todas as feridas. O tempo não cura nada. O tempo ensina apenas a administrar certas questões internas, nos concede algumas respostas, nos ajuda a varrer certas sujeiras para debaixo do tapete em um canto escuro no sótão das nossas mentes. Quem cura mesmo as feridas é o amor.
Amar cura feridas. Conhecer gente nova cura feridas. Cervejinha em tarde de domingo cura feridas. Pizzada com amigos cura feridas. Caminhar de mãos dadas cura feridas. Beijo na boca cura feridas. Dormir abraçado cura feridas.
A vida oferece nos oferece provas constantes de que ainda existe milhares de coisas bacanas para viver. E não me refiro a nada incrível ou grandioso. Estou falando das alegrias comuns, aquelas minúsculas e frágeis que só fazem sentido para quem fez parte das histórias. Tirar milhares de fotos engraçadas com a galera, fazer piquenique no parque, passear de bicicleta, ficar horas dentro da banheira. Não é preciso ir tão longe para ver algo bom, mas treinar o olhar para perceber essas pequenas pérolas escondidas nas conchas do cotidiano.
Portanto, esqueça essa história de ter paciência e dar tempo ao tempo. Porque ele passa independentemente de nós e não nos pede autorização nem espera que lhe demos licença. Nada a ver ficar esperando que ele resolva seus problemas ou os leve para qualquer outro lugar do planeta. Tome um banho e vista seu melhor sorriso. Arrume o cabelo e de um jeito nessa imagem.
Vá à luta, minha cara. Existe um mundo inteiro esperando para ser experimentado. Existe um monte de amor lá fora esperando pra curar suas feridas, para colar todas as partes do seu coração e não seria elegante da sua parte recusar a uma oferta dessas.

Fonte:  http://br.mulher.yahoo.com/blogs/amigo-gay/o-amor-cura-tudo-183958004.html

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Qual a sua Geni?

Por Fernanda Pompeu | Mente Aberta – ter, 28 de jan de 2014

Faz trinta e seis anos, Chico Buarque compôs uma canção cuja letra conta de uma mulher que já foi namorada "de tudo que é nego torto, do mangue e do cais do porto. A rainha dos detentos, das loucas, dos lazarentos, dos velhinhos sem saúde, das viúvas sem porvir." A cidade toda, ao vê-la, canta em coro um refrão: "Joga pedra na Geni! Ela é feita para apanhar! Ela é boa de cuspir! Ela dá pra qualquer um! Maldita Geni!"
Um dia aterrissa um zepelim gigante na cidade. Seu comandante ameaça explodir tudo "com dois mil canhões". Mas ao ver Geni, ele se encanta e faz a proposta: se aquela formosa dama o servir, a população estará salva. Acontece que ela se recusa a dormir com o mandabala. Diz: "Prefiro amar com os bichos." O prefeito, o bispo, o banqueiro, o zé-ninguém imploram para Geni dar para o forasteiro e resolvido. A chamam de "Bendita Geni!"
Geni domina o asco e cede. "O homem se lambuzou a noite inteira até ficar saciado, e nem bem amanhecia partiu numa nuvem fria com seu zepelim prateado." A cidade foi salva pela mulher que todos desprezavam. Ela vê a aurora surgir e, por um momento, se sente uma heroína. Melhor, uma redentora! Até ouvir o coro dos cidadãos: "Joga pedra na Geni! Joga bosta na Geni! Ela é feita para apanhar! Ela é boa de cuspir! Ela dá pra qualquer um! Maldita Geni!"
Às vezes penso nas milhares de Genis que habitam ao nosso lado. Geni não é necessariamente uma mulher. Não é necessariamente uma prostituta. Ela pode ser o garoto gordinho que sofre bullying na escola. A adolescente lésbica enfrentando uma malta de machos. A menina negra coagida a alisar seus cabelos. A travesti morta a facadas numa esquina qualquer. O homem tão pobre que nem dinheiro sobra para andar de ônibus.
Ao olhar para as Genis, reflito também nos atiradores de pedras. Sujeito individual ou coletivo que sonha em fazer do mundo sua imagem e semelhança. Aquele que é contra o casamento homossexual, porque é hétero. Aquela que é contra as cotas raciais, porque nasceu branca. Aqueles que condenam os ateus, porque são de Jesus. Aquelas que falam mal das outras, porque são do bem.
Qual a razão de um comportamento diferente ou minoritário ameaçar a maioria? Quem tem direito de impingir um jeito de viver sobre um outro jeito? Eu sei! Somos ótimos juízes da vida alheia e péssimos quando se trata da nossa. Mas, talvez, a canção do Chico Buarque seja uma oportunidade para nos revisarmos e, com algum esforço, eliminarmos ideias ortodoxas, fundamentalismos sufocantes. Viva e deixe o outro viver sem julgamentos e pedras pode ser a luz do farol a nos guiar entre rochedos.

Imagem: Régine Ferrandis
Fonte:  http://br.noticias.yahoo.com/blogs/mente-aberta/qual-sua-geni-103231367.html

domingo, 19 de janeiro de 2014

Sobre os problemas da vida conectada

David Baker: “Ninguém precisa abandonar a tecnologia, mas é necessário experimentar momentos de desconexão”




Por: 
22 de novembro de 2013 às 15:33
“Há dois problemas com a tecnologia: ela está crescendo muito rápido e é muito sedutora. E ela vai se desenvolver cada vez mais rápido, por conta da Lei de Moore. Nós estamos tentando disputar uma corrida com a tecnologia para utilizá-la, mas nunca vamos vencer. Então nós precisamos nos reposicionar em relação à tecnologia e perguntar como nós podemos fazer para que ela não seja nosso mestre, mas uma ferramenta. Precisamos fazer com que os avanços tecnológicos sejam a nossa caixa de ferramentas. Se nós temos uma caixa de ferramentas em casa, nós não acordamos e vamos correndo serrar alguma coisa, vamos?
Mas nós acordamos e vamos checar nossas notificações, por exemplo. Então nossa relação com a tecnologia nesse momento é adolescente, é sedutora, nós estamos apaixonados. E agora temos a oportunidade de entrar numa nova fase do nosso relacionamento: entender a tecnologia, compreender o que é viver com ela. Temos que nos perguntar que tipo de seres humanos nós queremos ser e quais são as tecnologias que podem ajudar nesse propósito. Por exemplo: eu não gosto quando as pessoas ficam checando seus telefones quando eu estou falando com elas. Primeiro, porque é desrespeitoso. Porque existe algo de belo na atenção que as pessoas dão umas às outras. E isso é quebrado por um sujeito na Califórnia que juntou alguns algoritmos pra fazer um aplicativo. Veja bem: a tecnologia não é mágica. São só pessoas usando algoritmos bons. Então eu quero uma revolução na qual as pessoas amem a tecnologia, mas a usem mais como uma caixa de ferramentas e menos como um mestre.”

Um conselho para a geração que nasceu na era da tecnologia

“Eu definitivamente não quero que ninguém abandone a tecnologia, a não ser que a pessoa deseje isso. Mas nós sabemos que há momentos na História em que as pessoas abandonaram a tecnologia e encontraram coisas incríveis, como fez Thoreau. Ele resolveu abandonar a vida civilizada para redescobrir suas ligações com a vida e com o mundo. E funcionou para ele. Walden, de Thoreau, é um livro muito interessante para o momento em que vivemos agora. Porque ele fez, de forma completa, algo que podemos fazer num dia.
Eu odeio aconselhar, mas eu gosto de provocar. Eu quero estimular as pessoas, provocá-las. Então eu digo ‘Por que você não tenta em experimento? Por que você não tenta ficar sem entrar no Facebook por doze horas’ e pode ser algo interessante, embora seja meio assustador, mas você vai perceber que ficou menos assustado que imaginou que ficaria. E você pode descobrir como aproveitar essas doze horas. Na próxima vez você pode tentar ficar doze horas sem telefone. Ninguém precisa abandonar a tecnologia, mas é necessário experimentar momentos de desconexão.”

Desconecte-se

“A ideia de sempre estar conectado é uma invenção da banda larga. Eu tenho quase cinquenta anos e eu me lembro de quando a internet era discada. Você se conectava e se desconectava porque era como um telefonema, você telefonava para a internet. Agora nós podemos estar sempre online e assumimos que essa é a maneira correta de usar a internet. Mas às vezes nós deveríamos experimentar ficar offline e ver como nos sentimos. Eu acho que muitas pessoas podem descobrir que de repente elas estão pensando diferente, conversando mais, indo a parques. E eventualmente elas podem pensar ‘E se eu ficar dois dias sem internet?’. Então meu conselho é experimentar. Porque nós somos viciados em internet. As pessoas saem de casa, percebem que esqueceram seus telefones e atravessam a cidade outra vez para buscá-los. Nós também fazemos isso com drogas e isso é péssimo. Então temos que ajudar as pessoas a pensar “Eu esqueci meu telefone em casa e isso não é um desastre”. Porque é só um pedaço de plástico com um computador dentro!
Quando eu era criança, houve um período durante os anos 1970 na Inglaterra em que nós ficávamos sem eletricidade por doze horas. Então eu digo às pessoas para imaginarem um mundo sem eletricidade e a primeira coisa que elas respondem é ‘Jesus!’. Sem televisão. Sem telefone. Imediatamente a nossa conexão com as coisas muda, as conversas mudam. E as pessoas descobrem que a tecnologia é incrível, mas faz com que nós deixemos de descobrir coisas que nós temos que começar a buscar novamente.”

A zona de conforto

“Na palestra que darei sábado, eu vou falar em português. E essa não é minha língua nativa, eu ainda estou estudando português. Eu quero fazer a palestra em português porque eu decidi explorar algo que é novo para mim, quero sair da minha zona de conforto. Saia da sua zona de conforto. Primeiro, você vai ficar ansioso, mas depois novas ideias e novas oportunidades aparecerão. Mas você não vai ver nada disso se ficar na sua zona de conforto. Eu estou ansioso. Talvez meu português seja horrível. Então quero que as pessoas vejam o que eu estou fazendo e quero que isso as inspire a sair de suas zonas de conforto.”

A resposta para a vida, o universo e tudo mais

“Eu não tenho respostas. E eu também não tenho conselhos. Porque a verdade, seja lá o que isso signifique, é que a resposta correta está dentro de nós. A resposta certa para mim não é a resposta certa para você. Então é importante que as pessoas se lembrem: se as respostas existissem, nós poderíamos fazer um google extremo com perguntas como ‘como eu devo viver a minha vida?’ e descobriríamos.  Pessoas que dizem que existe uma resposta são charlatões. Porque elas dizem que sabem como a vida deve ser vivida, dizem que sabem quais são as regras. Mas você deve ir além das regras. Mas para algumas pessoas isso é muito atraente, porque elas não vão precisar pensar. Mas para outras pessoas isso é um problema, porque elas parecem ótimas, mas elas não conseguem viver suas vidas de acordo com as regras. E elas não precisam viver assim e nem devem se sentir culpadas e inadequadas por não seguirem as regras. Então eu acho que devemos rejeitar as respostas e substituí-las por provocações. Uma conversa ao vivo é muito diferente de uma conversa por Skype. Temos que entender que há coisas que as pessoas fazem melhor do que a tecnologia.”

Como trabalhar de modo mais inteligente

“Eu acredito que quase todos nós podemos trabalhar menos horas, mas trabalhar de modo mais inteligente. É muito irônico que agora que a tecnologia está aqui para nos ajudar a trabalhar melhor, tanto em Londres quando aqui em São Paulo, as pessoas ainda estejam no escritório depois da meia-noite. Alguma coisa está completamente errada. E há duas razões para isso: a primeira é que o capitalismo encoraja coisas como uma cidade em que metade da população fica nos trabalho até meia-noite e outra metade que sequer tem emprego. Esse é o resultado político do capitalismo e nós temos que mudar esse sistema, temos que mudar a forma como distribuímos o trabalho e o dinheiro. Eu gostaria que todas as pessoas trabalhassem só metade da semana. Mas a questão é: o que vamos fazer quando as pessoas trabalharem menos e ganharem menos? É um debate incrível e não é nada novo. Eu acho que nós podemos trabalhar menos e de forma mais inteligente fazendo duas coisas: a primeira é se desconectar da tecnologia e da internet.
Um dos maiores desafios para se trabalhar de forma inteligente são as interrupções que a tecnologia traz. Há e-mails chegando o tempo inteiro. Você está trabalhando, pensando e de repente chega um e-mail e então o trabalho fica mais lento. Há estudos que dizem que o trabalho fica oito vezes mais lento. Então nós precisamos trabalhar oito vezes mais tempo, mas temos que produzir as mesmas coisas que fazíamos antes e as pessoas acabam levando trabalho para casa. Se você parasse de olhar seus e-mails, acabaria tudo que tem fazer muito mais cedo. Nós poderíamos oferecer às pessoas a oportunidade de trabalhar rápido e de forma inteligente e depois irem para casa ou explorar novos projetos. Se você acabasse seu serviço mais cedo, poderia usar o resto do dia para fazer o que quisesse porque boas ideias vêm desse tipo de exploração.
E a segunda coisa sobre o mercado de trabalho é que a maior parte do trabalho é completamente inútil. Eu escrevo um relatório para alguém e ele envia o documento ara uma terceira pessoa e depois nós três vamos fazer uma reunião para discutir o relatório, enquanto uma quarta pessoa escreve uma versão do relatório que será enviada para dez outras pessoas. Essa é a descrição do trabalho de muitas pessoas. Nós precisamos olhar para o mercado de trabalho e perceber que rituais que parecem ser obrigatórios são na verdade invenções que nós poderíamos “desinventar”. Assim como poderíamos desinventar o conceito de estar sempre online. Precisamos ser mais questionadores, sobre nós mesmo e sobre o nosso trabalho. Por que estamos tendo essa reunião? Por que eu escrevo esses relatórios? Por que eu faço isso desse jeito? Temos que responder essas perguntas. Eu suspeito que no mercado de trabalho nos fazemos suposições demais. Fazemos suposições importantes que estão erradas. Por exemplo, nós supomos que quanto mais horas trabalharmos, melhor estaremos trabalhando. Na verdade, quanto mais horas eu trabalho, pior fica a minha vida pessoal, todos nós sabemos que isso é verdade.”

Fonte: http://gizmodo.uol.com.br/david-baker-entrevista/


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

14 desejos para 2014

Todos os dias temos a chance de transformar nossas vidas, mas ficamos tão presos nas questões do dia a dia que esquecemos dessa nossa força e habilidade. A virada de ano é o momento perfeito para que a gente pare e pense o que quer para o nosso futuro.
Listas de ano novo não precisam ser extensas ou cheias de coisas extremamente difíceis. Cada pequeno passo, quando somado a outro, se torna um pouco mais de caminho andado. Prepare-se para 2014 e tenha um ano lindo.

1 – ame mais
Mas ame no sentido completo da palavra. Ao outro, aos inimigos, a quem é diferente de você. Amar é respeitar, é colocar-se no lugar do outro e deixar que cada um siga sua vida.
2 – julgue menos
Em 2014 deixe de pensar que você precisa opinar sobre a vida dos outros. Nem a vida profissional, nem amorosa, nem sexual. Isso só diz respeito a cada um e você não precisa dar seu parecer para tudo.
3 – seja você mesmo, mas melhorado
Você não precisa mudar, mas precisa pensar em suas atitudes. Há motivos para agirmos como agimos e não é a natureza de cada pessoa. São experiências, coisas que vivemos, que nos marcaram e nem sabemos direito como. Para melhorar quem você é, é necessário de conhecer bem e aceitar que não somos perfeitos, mas podemos trabalhar para nos tornarmos menos imperfeitos.
4 – aprenda a ouvir
Ouvir o outro e a você mesmo. Se as pessoas conversassem mais, mas conversassem de verdade, muitos problemas seriam resolvidos. Ouvir o outro é ouvir com o coração. Ouvir como uma criança faria: como se fosse a primeira vez. Só assim, livre de opiniões pré-concebidas você poderá ouvir de verdade.
5 – aprenda a dividir
Dividir as derrotas, as vitórias, os bons e maus momentos. Deixar que outras pessoas participem da sua vida e deixar que todos tenham as mesmas oportunidades que você. Já que todo mundo merece ser feliz, todo mundo merece as mesmas chances para isso.
6 – fale sobre sentimentos, mas demonstre-os também
Não adianta só falar que ama e se preocupa, você precisa demonstrar. Que nesse novo ano todos nós sejamos mais capazes de demonstrar por meio de ações o que sentimos por pessoas importantes e o que sentimos por nós mesmos.
7 – confie mais
Dê votos de confiança e desconfie menos das pessoas. Sempre que você dá a chance de alguém ser bom, são grandes as chances de receber algo positivo de volta. Quando você não dá o benefício da dúvida, tudo o que tem é um não.
8 – mande os preconceitos embora
Não crie opiniões sobre o mundo com base na sua imaginação. Quando você não conhece algo antes de formar uma opinião, as chances de formar uma opinião sem sentido são enormes.
9 – respeite o diferente
Você não precisa ser como as pessoas que considera diferentes, mas também não precisa odiá-las. Você pode simplesmente aceitar que nem todo mundo é igual, mas que todo mundo merece ser respeitado e tem direitos iguais.
10 – olhe mais para você mesmo
Antes de apontar os defeitos do outro, olhe os seus. Todos nós escondemos nossos problemas muito bem escondidos e apontamos os problemas do outro. É muito mais fácil agir assim do que resolver nossas coisas. Que tal mudar isso em 2014?
11 – tenha novas experiências
E isso serve para tudo. Seja sexualmente – pode ser só uma posição nova, ou tomar a iniciativa -, no trabalho, na vida em família ou com os amigos. Conheça coisas novas para que você possa se tornar uma pessoa mais completa.
12 – diga menos ‘não’
É muito cômodo dizer não para tudo. A gente nem pensa direito, já diz não para não ter que se preocupar com o que significaria aquele sim. Dê mais chances a você mesmo e torne sua vida muito mais interessante.
13 – seja quem você sempre sonhou
Corra atrás de seus objetivos e seja quem você sempre quis ser. Escolha um objetivo para se tornar alguém melhor e trabalhe nisso durante alguns meses. A cada mês escolha uma nova característica e a melhore. Ao fim do ano você terá dados muitos passos em direção ao seu objetivo.
14 – crie uma lista de objetivos
Pode parecer besteira, mas as listas que fazemos no começo do ano nos inspiram a respirar fundo e lutar por nossos objetivos. Não coloque objetivos inatingíveis – como ganhar na loteria –, mas aposte nas coisas mais simples. Muitas vezes um objetivo que soa bobo, como dormir mais cedo, influencia toda sua vida e você consegue alcançar uma promoção no trabalho por estar mais bem disposto todos os dias.