domingo, 30 de dezembro de 2018

O fim das referências em comum: nichos, influenciadores, Instagram e vidas perfeitas


·    Tudo começou com a cauda longa, brilhantemente explicada por Chris Anderson em "the long tail" sobre a segmentação em nichos, uma cultura e economia que estão mudando do foco de um relativo pequeno número de hits (que ficam no topo da curva, ou seja, produtos com muita saída no mercado), para um elevado número de nichos na cauda (bem específicos e segmentados). Ainda que a ponta da cauda seja menor, economicamente pode ser tão atrativos quanto vender produtos para as massas.
A tecnologia e o digital permitiram atender aos mais diversos gostos e também deram voz às pessoas. Assim, o foco nos nichos cresceu.

E se olharmos ao redor vamos perceber que já não dependemos mais de poucas fontes de informação ou da "mídia tradicional", como há alguns anos. E existe um reflexo até mesmo quando fazemos compras. Nas lojas físicas, por exemplo, encontramos "produtos para as massas", com pouca personalização e diferenciação. Já na internet, conseguimos encontrar itens específicos e personalizados, isso porque nesse modelo de negócios o espaço na prateleira não está mais em jogo, afinal, ter muitos produtos para atender a todos os gostos significa mais estoque e mais gastos. E na internet isso não acontece, já que por lá é possível encomendar um item e esperar por sua chegada, ou receber o item vindo de algum lugar do país, não necessariamente de um mesmo estoque.
Foi assim que o modelo Amazon se fortaleceu, oferecendo todo tipo de título (agora não se limitando mais apenas aos livros) e inclusive desbancando muitas livrarias físicas. Somado a um sistema inteligente de recomendação de itens que estimula um ticket maior durante a compra e uma entrega rápida e precisa, todos os outros se viram ameaçados e alguns até deixaram de existir. Igualmente aconteceu com o conhecido modelo Netflix, que inicialmente foi desacreditado, na época das locadoras de filmes. Hoje, muita gente não consegue imaginar a vida sem a possibilidade de escolher o filme que quiser na TV pagando apenas uma mensalidade fixa.

Diante de tantas opções, da possibilidade de personalização e das transformações drásticas na comunicação em massa e na mídia tradicional (até o próprio novo presidente transmitiu seu discurso de vitória por uma live do Facebook antes de falar com a TV), algo novo está surgindo: é o fim da era das referências em comum e também do que chamamos de bullshitelling (um apelido carinhoso para as lorotinhas do cotidiano travestidas de storytelling). Isso quer dizer que cada um vai seguir quem quiser e que muitas vezes será autenticidade do outro que o fará tomar essa decisão.

É claro que as referências em comum nunca foram uma verdade absoluta, afinal, cada região, país ou povo sempre teve e terá suas própria cultura, referências, gostos e sotaques. Até mesmo um texto para ser plenamente entendido exige intertextualidade (o nome dado à relação que se estabelece entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na criação de um novo texto. Um exemplo fácil? Tente contar uma piada que envolve um contexto de sua cultura ou país fora dele, provavelmente não será bem entendido se não precedido de uma explicação).
Entretanto, agora as pessoas já não dependem do que lhes era imposto. Elas escolhem o que ler, o que seguir e o que acreditar.

Há vinte anos os reality shows faziam sucesso porque naquela época era praticamente impossível descobrir como era a vida de alguém em seu dia a dia. Hoje eles perderam a graça, porque stories no Instagram revelam a rotina de quem deseja se expor, em tempo real, e ainda trazem mais verdade do que os reality shows, porque as pessoas se sentem (claro, não generalizando), mais à vontade para serem quem são ao saberem que atingem um público nichado, que aprecia aquele tipo de conteúdo.
Por tudo isso a própria publicidade vem precisando se reinventar. Para atingir o público desejado não basta mais colocar o comercial na TV, pode ser que ele não esteja mais lá. Às vezes, nem mesmo no próprio Facebook ele esteja, inviabilizando a compra de mídia paga por ali. Pode ainda, que um determinado produto sequer precise ser nacionalmente ou mundialmente conhecido para fazer sucesso, ele pode ficar restrito a um público ou região e ainda assim gerar muito sucesso e lucro, e está tudo bem.

Se as regras do jogo mudaram e a verdade cada vez mais parece vir à tona, nos vimos diante de um desafio: como ser visto pelo público que desejamos se anunciar para as massas ou nas mídias tradicionais já não é mais suficiente? Ou ainda, como lidar com pessoas que já não possuem mais as mesmas referências em comum? Ou que querem produtos personalizados?
Mais do que nunca os nichos estão consolidados, e não estamos apenas falando sobre produtos para atender à gostos ou necessidades específicas, mas também de gente. Nicho de gente. Jovens já não assistem mais televisão e não leem jornais. Tampouco consomem as mesmas revistas que seus pais (que ano a ano decaem, já que as pessoas já não querem pagar por um bloco de informações físicas se podem encontrar informação parecida e gratuita na internet).

O jeito de consumir informação mudou e agora a própria internet é feita de pequenos grandes sucessos, muitos deles seguidos por milhões de pessoas. Eles arrebanham multidões, mas talvez você nunca tenha ouvido falar deles.

A internet virou um submundo, parece que uma vida paralela acontece por ali. Ao mesmo tempo, parece não existir mais distinção entre o real e o virtual. Tampouco é possível separar vida profissional de pessoal, de modo que cada ação sua pode ser vista ou reverberar, ainda que você mesmo não esteja na internet - outras pessoas estão e de seus smartphones podem registrar o que quiserem.

Diante desse enorme desafio, pessoas comuns ganharam igual ou mais relevância que marcas, antes consideradas impérios. Ao exibir seu lifestyle ou produzir conteúdo nas redes, passam a ser seguidas por milhões de pessoas que se identificam com aquilo. E é aí que as marcas começam a apostar neles como porta-vozes para falar com seu público, porque elas próprias já não estão mais conseguindo.
Um influenciador empresta sua imagem e sua verdade para falar sobre um produto, alguns conseguem fazê-lo de forma mais natural e contextualizada, outros não. Entretanto, a grande verdade é que estamos também assistindo à grandes teatros, às vezes com altas produções, afinal, essas pessoas aprendem desde cedo a interpretar e fazer parecer real o uso de um produto que nem sempre é, de verdade, usual ou utilizado por aquela pessoa. Acaba valendo mais quem souber convencer da melhor forma, seduzidos pelos valores oferecidos por empresas que estão desesperadas para vender seus produtos aos seus nichos.

E aí começa o embate, o conflito entre o ser verdadeiro e autêntico, mas ao mesmo tempo encenar.
Atualmente podemos perceber que o Instagram concentrou todos os focos nesse tal submundo virtual. Centenas de influenciadores que concentram milhões e milhões de seguidores publicam sua rotina diariamente. Em muitos casos, regada à festas incríveis e cenários paradisíacos de fazer inveja aos pobres mortais que os assistem e não podem viver uma vida igual. As fotos são realmente de tirar o fôlego.

Parece que o story e as fotos de feed incríveis viraram o quintal de casa. Parece mesmo que todo mundo está vivendo aquilo - menos eu, menos você. Parece normal usar à tiracolo uma bolsa Dior ou um look todo Gucci. Parece esperado e imperdível a virada do ano em Jericoacora, Arraial do Cabo ou São Miguel do Gostoso - só você não pode estar lá.

Esse fenômeno me deixou com a pulga atrás da orelha, porque olhando meu feed do Instagram a depressão bateu. Eu senti que todo mundo realmente estava de férias nesses paraísos, que todos eram magros e esculturais, que todas as piscinas tinham boias infláveis gigantes em forma de animais e que todos os looks eram perfeitos, apenas a minha vida era normal e pacata, regada à um passeio na rua com o cachorro pela manhã e no máximo um espumante com a família naquela ceia ou churrasco simples-e-rasteirinhas-com-short para comemorar o natal ou o ano novo. E de repente, quando eu perguntei no Linkedin quem estava de férias e quem não estava, li em 85% das respostas que estavam trabalhando muito e que nem de longe passariam nesses lugares incríveis. Percebe como nos enfiamos em bolhas e como o Instagram contribui para ferrar nossas mentes e nos deixar mal? Não vemos os bastidores e como as fotos e os vídeos parecem ser o todo, ignoramos o fato de que talvez apenas 5% daquele dia tenha sido tão incrível como pareceu, não vemos os conflitos por trás da cena.
O modelo mudou tanto que artistas que antes não teriam chance alguma na televisão ou com uma gravadora tradicional, agora são grandes sucessos, eles não precisam mais de intermediários tradicionais, apenas de uma plataforma para publicar seu conteúdo, e isso é ótimo. Nós todos agora temos voz realmente, mas é preciso ser cuidadoso com o buraco no qual estamos entrando.

Países e cidades que precisam promover seu turismo agora pagam influenciadores para viverem experiências e compartilhá-las em suas redes sociais, gerando em outras pessoas o desejo de também viver aquilo. O problema? Como muito é forjado para parecer mais incrível do que de fato seria (afinal, os lugares são lindos mesmo), ao chegar lá você provavelmente não viverá de modo parecido com quem te inspirou a ir. Você não se hospedará no mesmo hotel, não terá o mesmo suco na piscina, não conseguirá fazer as mesmas fotos.

Hoje qualquer pessoa pode produzir conteúdo e atrair seguidores, criando submundos que muita gente nunca chegará a descobrir a existência. As referências em comum, definitivamente morreram e parece que já não precisamos mais delas mesmo para nos comunicarmos. Todas essas transformações não podem ser impedidas, estamos seguindo o fluxo normal da inovação, que sempre aconteceu. Muitas delas podem ser usadas de maneiras positivas em nosso favor. Mas todas elas aumentaram a necessidade de nossa autoresponsabilidade: ninguém mais vai filtrar por você o que ver ou o que não ver. O que é verdade do que não é. E só você poderá cuidar de sua mente para não entrar em depressão diante de um mundo virtual perfeito do qual parece que só você não faz parte.

Fonte:  Linkedim, publicado por Flávia Gamonar

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Feliz Natal à todos nós.

Mais um ano vencido e  novos aprendizados, muitas coisas superadas e tudo agrega em nossa bagagem, nos torna pessoas melhores.
Que Deus esteja  nos corações e lares de todos nós.

Feliz Natal.



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=-I4l32JaoHw

sábado, 3 de novembro de 2018

Você pode Vencer - 2

       Há alguns anos,  eu fui  solicitada a montar um datashow em uma escola onde teria uma homenagem para os professores.  assim que montado me deparei com  o vídeo Você pode vencer! No momento que ia passando o vídeo eu debulhei em lágrimas porque era exatamente o que eu precisava ver e ouvir. A mensagem era pra não desistir, acreditar em si e que podemos recomeçar sempre!! Com certeza fez muita diferença na minha vida naquele momento.

       Eu fui convidada a fazer uma palestra de autoestima e na hora lembrei deste vídeo, só que buscando no youtube percebi que não tinha qualidade nas imagens e a transição era muito rápida o que dificultaria a leitura das frases, então eu refiz com novas imagens e espero que possa causar o mesmo efeito nas pessoas que causou em mim há 10 anos atrás.


domingo, 28 de outubro de 2018

“Querida garota do maiô verde”: o texto que viralizou no verão europeu


Estava eu navegando, lendo notícias e me deparei com esta reportagem, não poderia não compartilhar porque reflete sim o que muitas de nós vivemos por se achar fora dos padrões, sofremos com isso, deixa marcas profundas, reflete em nossa vida e relação cotidianas.

Segue o texto:

Carta a jovem desconhecida fala sobre a importância de amar a si mesmo

O post de Facebook mais popular do verão europeu é uma carta a uma desconhecida. A espanhola Jessica Gómez se dirige a uma “garota do maiô verde” sentada a seu lado na praia para explicar a ela, de forma eloquente, como milhões de mulheres em todo mundo se envergonham de seu corpo, que no entanto é “belo simplesmente por estar vivo”.
O post, publicado no dia 5 de julho e que fala sobre a importância de gostar do si do jeito que se é, recebeu mais de 100.000 likes e 5.000 comentários em apenas dois dias e foi compartilhado 125.000 vezes. Abaixo, a versão traduzida da carta:
Querida garota do maiô verde:

Sou a mulher da toalha ao lado. A que veio com um menino e uma menina.

Antes de mais nada, quero te dizer que estou me divertindo muito perto de você e de seus amigos, neste pedacinho de tempo em que nossos espaços se tocam e suas risadas, sua conversa ‘transcendental’ e a música de sua turma me invadem o ar.

Fiquei meio atordoada ao perceber que não sei em que momento de minha vida deixei de estar aí para estar aqui: deixei de ser a menina para ser “a senhora do lado”, deixei de ser a que vai com os amigos para ser a que vai com as crianças.

Mas não te escrevo por nada disso. Escrevo porque gostaria de te dizer que prestei atenção em você. Não pude evitar.

Vi que você foi a última a ficar só em traje de banho

Vi você ficar atrás de todo o grupo, discretamente, e tirar a camiseta quando acreditava que ninguém estava olhando. Mas eu estava. Não estava olhando para você, mas te vi.

Vi você se sentar na toalha em uma postura cuidadosa, tapando o ventre com os braços.

Vi você colocar o cabelo atrás da orelha inclinando a cabeça para alcançá-la, talvez para não tirar os braços de sua estudadíssima posição casual.

Vi você se levantar para ir dar um mergulho e engolir em seco, nervosa por ter de esperar assim, de pé, exposta, por sua amiga, e usar uma vez mais seus braços para encobrir as estrias, a flacidez, a celulite.

Vi você agoniada por não conseguir tapar tudo ao mesmo tempo enquanto ia se afastando do grupo tão discretamente como tinha feito antes para tirar a camiseta.

Não sei se tinha algo a ver, em sua insatisfação consigo mesma, o fato de a amiga por quem você esperava soltar a longuíssimo cabeleira sobre umas costas em que só faltavam as asas da Victoria’s Secret. E enquanto isso você ali, olhando para o chão. Procurando um esconderijo em si mesma, de si mesma.

E eu gostaria de poder te dizer tantas coisas, querida garota do maiô verde… Talvez porque eu, antes de ser a mulher que vem com as crianças, já estive aí, na sua toalha.

Eu gostaria de poder te dizer que, na verdade, estive na sua toalha e na de sua amiga. Fui você e fui ela. E agora não sou nenhuma das duas – ou talvez ainda seja ambas – assim, se pudesse voltar atrás, escolheria simplesmente curtir a vida em vez de me preocupar – ou me vangloriar – por coisas como em qual das duas toalhas, a dela ou a sua, prefiro estar.

Queria poder te dizer que vi que carrega um livro na bolsa, e que qualquer ventre que agora tenha seus dezesseis anos provavelmente perderá a firmeza muito antes de você perder o juízo.

Eu gostaria de poder te dizer que você tem um sorriso lindo e que é uma pena estar tão ocupada em se esconder que não te sobre tempo para sorrir mais vezes.

Eu gostaria de poder te dizer que esse corpo do qual você parece se envergonhar é belo simplesmente por ser jovem. É belo só por estar vivo. Por ser invólucro e transporte de quem você realmente é e poder te acompanhar em tudo que você faz.

Eu adoraria te dizer que gostaria que você se visse com os olhos de uma mulher de trinta e tantos porque talvez então percebesse o muito que merece ser amada, inclusive por você mesma.

Eu gostaria de poder te dizer que a pessoa que um dia te amar de verdade não amará a pessoa que você é apesar de seu corpo e sim adorará seu corpo: cada curva, cada buraquinho, cada linha, cada pinta. Adorará o mapa, único e precioso, que se desenha em seu corpo e, se não o fizer, se não te amar desse jeito, então não merece seu amor.

Eu gostaria de poder te dizer – e acredite, mas acredite mesmo – que você é perfeita do jeito que é: sublime em sua imperfeição.

O que posso te dizer eu, que sou só a mulher do lado?

Mas – sabe de uma coisa? – estou aqui com minha filha. É aquela do maiô rosa, a que está brincando no rio e se sujando de areia. Sua única preocupação hoje foi se a água estava muito fria.
Não posso te dizer nada, querida garota do maiô verde…
Mas vou dizer tudo, TUDO, a ela.
E direi tudo, TUDO, ao meu filho também.
Porque é assim que todos merecemos ser amados.
E é assim que todos deveríamos amar.
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/08/estilo/1467984644_542681.html

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A importância de ser Professor

Pode parecer que as pessoas esqueceram o quão importante você é, que esquecerão sua criatividade, dedicação, sua paixão.

Está na hora de lembrar que para cada aluno que diz “eu não consigo”, “eu não sou inteligente”, tem um professor que diz “você consegue”, “você é capaz”

Todo aluno precisa de alguém que acredita nele. E o professor faz tudo para encorajar, motivar, desafiar, engajar, inspirar e despertar o amor pelo aprendizado.

Ser professor é ter a habilidade de mudar…uma mente, um caminho, uma história, um futuro, uma direção e uma vida.

Agradeço você por tornar a vida dos seus alunos tão especial e significativa.

Estamos juntos para melhorar a educação e mudar o mundo.

Fonte: https://www.professorideal.com/ser-professor/a-importancia-de-ser-professor/

terça-feira, 2 de outubro de 2018

O tempo passou e me formei em solidão

Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho, porque a família toda iria visitar algum conhecido.

Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita

Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um. "Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre". E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia. "Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!"

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora.

A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha - geralmente uma das filhas - e dizia: "Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa."

Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa. Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também.

Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida.

Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa... A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, internet, e-mail, Whatsapp ... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa: "Vamos marcar uma saída!... " ninguém quer entrar mais.

Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores. Casas trancadas.. Pra que abrir? 

O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!...

Créditos: José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Carta de Repúdio ao Machismo - Jesse Vieira

https://www.huffingtonpost.es

Hey moça, desculpa.  Sei que nós homens, alias meninos, estamos falhando bastante com vocês mulheres. 
Não sabemos diferenciar um sorriso de educação, um brilho no olhar, achamos que todo movimento de vocês significa que estão "dando mole" pra gente. 

 esculpa moça não estamos permitindo vocês usarem as redes sociais, vira e mexe vocês recebem indesejadamente e invasivamente uma foto nojenta nossa, ou são solicitadas a mandarem o nuds... perdão moças, vai levar ainda muitos e muitos anos pra eu e meus colegas de gênero entendermos que a vida possui outras coisas além de sexo, cerveja e Futebol.  

 Aguentem firmes, continuem se dedicando a Amizade sincera entre vocês meninas, acreditando no Amor, na família e na felicidade espontânea que só vocês naturalmente tem, desde que nascem são uma fonte de Amor e quando crescem se tornam um oceano de sabedoria pra tudo vocês tem um jeito. Sim aguentem firmes, vocês são as guardiãs dos bons costumes Humanos, Valores Morais e Dignidade. 

 Quando chegar o tempo das noites longas, da escuridão total no coração dos homens, serão vocês mulheres que hão de parir novos homens com coração renovado capazes de enfrentar o Sistema.

Perdão mulheres nós homens ainda somos meninos, não sabemos o que vocês significam, não somos felizes por isso tentamos contaminar vocês.  Suportem firme, vocês São Capazes! 

E me desculpe privar vocês de serem Plenas como gostariam perante a vida.

domingo, 12 de agosto de 2018

Everything I Own - David Gates! Muito emocionante..

Eu conhecia esta música mas nunca com este olhar de homenagem ao pai. Muito emocionante ainda mais nestas datas que  a saudade e lembranças invadem nosso coração.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=5iI9-Kw4uik

Homenagem ao dia dos pais



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=O5XKJA6Tgeo

Uma data que não pode passar em branco porque a presença do pai na vida e criação dos filhos influencia totalmente no pai e mãe que eles irão se tornar.
Infelizmente muitos filhos não conhecem os pais, não  têm a presença mas não cabe a nós julgarmos, cada situação é única.
 Deixo aqui minha homenagem aos pais que são presentes, independente de classe social, que sejam sempre  o colo e o abraço quando o filho precisa.r
Meu pai não está mais comigo, mas muitas lembranças o tornam vivo no meu coração. A saudade é eterna porque nunca morre quem este em nossos corações.
Que a espiritualidade sempre te mostre o caminho  da luz e do amor meu Pai, que os anjos te guiem sempre.
Meu amor e saudade meu paizinho querido: Felisberto M. Barcelos.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

"eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também".

lagoinha.com
Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também".
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo para reclamar de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. 
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. 

Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que "toda ação tem uma reação"? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.

Embora já saibam namorar, os tribalistas não namoram. Ficar também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é namorix. A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. 

Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu - afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança?
A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. 

Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga apenas o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. 

Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.

Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi transmitida nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo) vendem na maioria das vezes a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. 

Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer". Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam. A questão não é causal, mas quem sabe correlacional.

Podemos aprender amar se relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optar. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. 

É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento. É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.

Ser de todo mundo, não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer. É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.


domingo, 13 de maio de 2018

Um dia muito especial - Dia das mães

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=2GDiugG0rrE


Palavras não conseguem refletir este sentimento de ter alguém que sentimos em nós, que acompanhamos, vemos crescer, tantos momentos vividos, memórias que estão dentro de nós,  alegrias e tristezas, momentos de orgulho. O sentimento de hoje é esse, orgulho dos meus filhos e de quem eles se tornaram. Que eu sempre possa ser o colo que eles busquem, o abraço, o conselho. Tentei ao máximo cumprir meu papel e hoje quando olho pra  eles  o sentimento é de dever cumprido.
Deixo aqui o registro  do meu amor pelos meus filhos, como chamo carinhosamente, meus neguinhos. Muriel e Pablo e meu reconhecimento à todas as mães que lutam pelos seus filhos, pelas que perderam, pelas que ainda serão.  Parabéns!!

segunda-feira, 12 de março de 2018

Escola não muda educação sozinha.

Fábio Takahashi

São Paulo
Presidente da faculdade de educação mais tradicional dos EUA, Susan Fuhrman afirma que a escola tem papel limitado, ainda que importante, para a melhoria da qualidade do ensino.
“Precisamos complementar o ensino competente com uma série de outros serviços, como educação infantil de qualidade e bom atendimento mental e de saúde”, disse Fuhrman, presidente do Teachers College (faculdade de educação da Universidade Columbia, de Nova York).
“As escolas sozinhas não conseguirão diminuir as desigualdades educacionais”, disse Fuhrman, graduada em história pela Universidade Northwestern e doutora em ciência política e educação pelo Teachers College.
A educadora participará na próxima terça-feira (13) de seminário no Rio sobre a implementação da base nacional curricular, política aprovada ano passado que visa mostrar o que os alunos brasileiros devem saber em cada série.
Para Fuhrman, essa é uma iniciativa que pode contribuir para o ensino ser mais competente, pois organiza o sistema educacional. Passa a ter um eixo no país a formação de professores e a elaboração de materiais didáticos.

RAIO-X

Formação
Graduada e mestre em história, com doutorado em ciência política no Teachers College (Universidade Columbia)

Carreira
Ex-presidente da Academia Nacional de Educação. Presidente do Teachers College desde 2007


E, mais importante, norteia elaboração de currículos, documentos estaduais e municipais que mostram as atividades a serem adotadas para alcançar os objetivos presentes na base nacional.
A adoção dessas mudanças está prevista para 2019. Para Fuhrman, foi justamente na elaboração dos currículos que política semelhante nos EUA se perdeu.
Lançado em 2010, o Common Core (núcleo comum) começou com amplo apoio, mas passou a enfrentar resistências de professores, pais e educadores —já foi abandonado por ao menos 8 de 45 Estados (nos EUA, o programa é opcional).
Como o Brasil, os EUA tentam melhorar a qualidade da educação. Os americanos estão abaixo da média dos países desenvolvidos em matemática no Pisa, principal avaliação internacional de ensino. O Brasil ocupa a 65ª posição, entre 70 países.
Nesta entrevista, concedida por email à Folha, Fuhrman fala sobre desafios e possibilidades para o Brasil —ela vem ao país a convite da Columbia Global Centers, do centro de excelência em políticas educacionais (FGV) e da Fundação Lemann.
O Teachers College, em parceria com a Fundação Lemann, pesquisará implementação da base curricular brasileira, até 2023. Serão entrevistadas autoridades e acompanhadas escolas em três estados, a serem definidos.


Folha - Brasil e Estados Unidos tentam melhorar a qualidade da educação e reduzir desigualdade entre alunos de alta e baixa renda. Quais são as principais ações para atingir esses objetivos?
Susan Fuhrman - A desigualdade educacional, nos Estados Unidos e no Brasil, é fruto de diversas outras desigualdades. Precisamos oferecer ensino melhor e escolas mais efetivas para todos os alunos. Para isso, é preciso respeitar os professores, pagá-los bem e criar boas condições de trabalho. Também precisamos conscientizá-los de que estudantes vêm de diferentes contextos e que são necessárias estratégias para individualizar o ensino, para contemplar dificuldades e qualidades de cada aluno. 
Graças à neurociência, à ciência cognitiva, à psicologia e a outros campos, vivemos era de grandes avanços para compreender como pessoas aprendem, incluindo o papel do emocional e do social. Precisamos incorporar tudo na preparação dos professores.
Porém, as escolas sozinhas não conseguirão diminuir as desigualdades educacionais. Se aprendemos algo desde a publicação do “Relatório Coleman”, nos anos 1960 [estudo que acompanhou o desenvolvimento de 650 mil estudantes], é que saúde, habitação ruim e bairros perigosos afetam desproporcionalmente estudantes de baixa renda, criando enormes barreiras para a aprendizagem. 
Kimberly Noble, neurocientista na nossa faculdade, mostrou que o desenvolvimento cerebral é menor em crianças de famílias mais pobres. 
Por isso, precisamos complementar o ensino competente com outros serviços, como ensino infantil de qualidade, bom atendimento de saúde e mental, acesso a equipamentos culturais, programas extraclasse e muito mais.
É um grande investimento, mas o retorno é muito maior do que o custo para consertar as coisas mais para frente.

O Brasil está implementando a base nacional curricular, na tentativa de melhorar a qualidade da educação. O que a sra. acha dessa política?
Padrões nacionais têm o potencial de serem muito benéficos, se usados como forma de alinhar políticas que influenciam na aprendizagem, como currículos, materiais didáticos, preparação docente, exames e por aí vai. 
O currículo é especialmente importante, pois, uma vez decidido o que o aluno deve aprender, todas as outras peças devem se encaixar aí.
Nos EUA houve um problema. Por causa da nossa tradição de controle local, governo federal e estados ficaram alheios à criação de currículos. O vácuo foi ocupado por desenvolvedores de exames padronizados e pela ênfase em responsabilização [de escolas e de profissionais] com base em resultados de testes. 
Os testes se transformaram no currículo “de facto”, e o resultado é que estreitamos muito o que é ensinado. 
Vemos agora forte reação de pais e educadores, exigindo ensino mais rico e menos direcionado para os testes.
Espero que o Brasil não repita o mesmo erro. Os padrões podem ser extremamente úteis, porque o país é imenso e muito diverso. Se bem implementados, os padrões podem ajudar a solidificar todo o esforço educacional.

Em quais pontos a base nacional brasileira se assemelha e se distancia da iniciativa americana?
Concordo com a economista Vera Cabral, pesquisadora da Fundação Lemann no Teachers College. Os padrões brasileiros estão desafiando o Brasil a mudar o ensino baseado no conteúdo para uma educação baseada em competências, algo que o Common Core também busca.
Queremos que alunos pensem criticamente, que façam perguntas certas, que saibam onde encontrar informações.

Alunos do primeiro ano do fundamental de colégio em SP em aula de alfabetização
Alunos do primeiro ano do fundamental de colégio em SP em aula de alfabetização - Diego Padgurschi - 27.mar.2017/Folhapress)
O Brasil não terá apoio financeiro para implementar a base nacional como os Estados Unidos tiveram [nos EUA foram cerca de R$ 3,5 bilhões em dinheiro federal; no Brasil, foram reservados R$ 100 milhões até agora]. Quão problemática pode ser essa situação?
Financiamento certamente é algo crítico ao se implementar uma política. É uma medida de esforço político e uma variável chave para determinar quão abrangente e equitativo será o impacto da política. 
Para fazer os padrões nacionais efetivamente funcionarem é necessário investimentos pesados para desenvolver currículos, preparar professores para ensiná-los e fornecer recursos às escolas para que os alunos aprendam.

No Brasil, a maioria dos estudantes de ensino médio que se tornam professores vem de grupos com os piores resultados acadêmicos, o que pode prejudicar o desempenho como docente. É possível mudar esse panorama?
Não devemos desencorajar pessoas com baixo rendimento acadêmico a se tornarem professoras. Elas podem ter grande motivação para melhorar sua própria situação e a dos outros. 
Mas precisamos também atrair os jovens de alto rendimento acadêmico. Nos EUA, não damos bons salários aos professores nem recursos adequados. Esperamos que eles trabalhem muitas horas e que, frequentemente, atinjam objetivos que não têm a ver com real aprendizagem. 
São culpados pelo desempenho dos estudantes, sendo que a maior parte do problema vem de outras dificuldades socioeconômicas. Se queremos que os melhores cérebros sejam atraídos para o magistério, tudo isso precisa mudar. 
Mas não basta atrair alunos com boas notas para o magistério. Se eles não forem bem treinados, não conseguirão entrar numa sala de aula e fazer bom trabalho.

Especialistas reclamam que as faculdades de educação têm cursos muito acadêmicos e pouco práticos, o que pode ser uma causa da má qualidade do ensino. Qual sua opinião?
As pessoas também veem o Teachers College como muito teórico. Acho que é algo equivocado. Acreditamos que teoria e prática devem caminhar juntas. O diferencial para quem faz curso numa faculdade que investe em pesquisa é que você está se preparando para o amanhã. É muito conservador avaliar o profissional apenas observando as atuais boas práticas.

A sra. foi diretora da Pearson (uma das maiores empresas de educação do mundo) e recebeu críticas na faculdade por essa relação com o setor privado (temia-se interferência na pesquisa). O que a sra. poderia dizer sobre isso?
Eu era a única educadora no comitê. Eu vim com a pergunta: “Isso funciona?”. Era algo inusual. A pergunta até então era: “Isso vende?”. Acho que a academia deve trabalhar com a indústria. Do contrário, não vamos gostar do que é produzido.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/03/escola-nao-muda-educacao-sozinha-diz-chefe-de-faculdade-de-ny.shtml