Altos e baixos fazem parte da
vida de qualquer pessoa, e de qualquer romance também. Algumas fases são
bastante estressantes mas, se forem bem resolvidas, acabam se convertendo em
ainda mais entendimento, cumplicidade e amor. A psicóloga especialista em
terapia de casais Solange Rosset, de Curitiba (PR), ensina você a resgatar o
amor e a compreensão nos momentos mais difíceis.
Cooperação x competição
Para a especialista, a maior
causa das crises no relacionamento é a dificuldade das pessoas em lidarem com
as diferenças. “Quando surge um problema, cada um se apega ao seu jeito de
resolvê-lo e, ao invés de cooperarem, passam a competir para provar que o seu
modelo é o mais certo”, comenta. Confira o que fazer nos momentos mais tensos:
Convivência na mesma casa:
durante o namoro, muita gente sonha com o esperado “enfim, sós”. Mas, quando
ele chega, cada um tem uma forma de lidar com as situações cotidianas, o que
fatalmente resulta em conflitos. “É preciso criar uma nova maneira de fazer
isso, que seja específica do casal: diferente do jeito de cada um e de cada uma
das famílias”, explica Solange. “Outra dificuldade é sair do idealizado e agir
de acordo com os dados da realidade, que podem ser muito diferentes”, completa
a psicóloga.
Problemas em família: dizem que
as pessoas não se casam com o parceiro, mas com a família dele. Afinal, será
necessário conviver com os novos parentes, com os quais nem sempre se tem tanta
afinidade. “Se o casal compreender que a tarefa é criar um sistema novo, saberá
colocar limites nas invasões das famílias de origem e lidar de forma
cooperativa, de comum acordo, sem competir nem guerrear”, afirma a psicóloga.
Chegada dos filhos: é um momento
que requer paciência e esperança, pois há muitas mudanças em curso. Se algumas
questões práticas da convivência não forem resolvidas antes do casal ter
filhos, corre-se o risco de usá-los como arma de guerra, o que precisa ser
evitado.
Problemas financeiros: geram uma
grande instabilidade na vida diária, o que provoca insegurança. Quando o casal
já não está tão bem, esse costuma ser um fator agravante para a crise.
Mudanças com o tempo: os anos
passam e, com eles, todo mundo erra, aprende, cresce e muda sua forma de viver.
Ambições, expectativas e opiniões: tudo fica tão diferente que, em determinado
momento, um não reconhece no outro a pessoa por quem se apaixonou. De acordo
com Solange, reciclagem é a palavra certa. “Um relacionamento precisa ser
recontratado de quando em quando para se adequar às mudanças”, afirma.
Crise dos 7 anos: ela existe?
Segundo a especialista, as crises
são inevitáveis porque, a cada momento, o casal passa por situações novas que
exigem muito jogo de cintura para lidar com os imprevistos. “No entanto,
algumas das crises previsíveis do relacionamento podem se transformar em
conflitos de intensidade maior”, explica, citando a crise dos 7 anos e a de
vinda dos filhos.
Nesses momentos, outras crises em
outros setores da vida podem estar em andamento, o que repercute na vida
amorosa. “O casal passou por cima de outras dificuldades e agora traz tudo à
tona”, diz Solange. Estão incluídos nesses casos os problemas profissionais, as
crises familiares e até questões pessoais de cada membro do casal.
“A crise é um evento
desagradável, mas que, se bem usado, será uma forma de crescerem como pessoas e
como casal. Uma das aprendizagens é se organizar para não fazer durante a crise
aquilo que não faria nos bons momentos, por exemplo, contar os problemas para
os outros, ir para a casa da mãe, envolver os filhos ou ter um caso
extraconjugal”, diz a psicóloga.
Lições para depois da tempestade
-Converse com seu parceiro sobre
a inevitabilidade das crises. “Sabendo que elas virão, os dois podem se
preparar para elas e saber que não precisam se desesperar quando os conflitos
acontecerem”, diz.
-Combinem, nos momentos de paz, o
que poderão e deverão fazer durante e depois da crise. O que foi acertado em
comum acordo é sempre mais fácil de ser cumprido.
- Programem avaliações da
relação: o que correu bem, o que foi ruim, o que fizeram que auxiliou a superar
os problemas, o que atrapalhou, o que precisa ser recontratado e o que ambos
precisam aprender.
Consultoria: Solange Rosset é
psicóloga, especialista em terapia de casais e família, de Curitiba (PR).
Fonte:
http://papofeminino.uol.com.br/revistas/malu/como-melhorar-o-relacionamento-no-dia-a-dia/
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