sábado, 29 de julho de 2017

Amigos do mundo online, pense se alguns valem a pena


Praticamente todo mundo que faz parte de uma rede social (em especial, do Facebook) já se irritou com algum post ofensivo ou chocante. E também já se surpreendeu ao descobrir que um amigo tão estimado compartilha ideias preconceituosas, fúteis ou descompensadas. Não é que algumas características estavam ocultas: na verdade, a internet ajuda a mostrar facetas negativas de nossa personalidade e as amplifica. O que conduz à reflexão: devo continuar a amizade com alguém assim? Confira, na opinião de especialistas, quais os perfis merecem ser reavaliados. 

ALIENADO: o mundo está um caos e a pessoa fica fazendo piadinha com miséria, fome, pobreza, morte etc. O alienado é aquele que não tem consciência da realidade. Você não consegue argumentar ou conversar com ele. Na opinião de Mara Lúcia Madureira, psicóloga cognitivo-comportamental de São José do Rio Preto (SP), a capacidade de sentir prazer e se divertir com a desgraça alheia revela traços de imaturidade, irracionalidade e ausência de compaixão. "Tanto quem compartilha quanto quem curte posts de piadas com as


EXIBICIONISTA: ostentação é o seu lema, nas redes sociais ou na vida real. "É difícil ficar ao lado de uma pessoa que só fala o que tem, e não o que é. Esse tipo de amizade só se sustenta pela competição, pois sempre o amigo exibicionista vai querer competir através de suas posses ou status social", afirma a psicóloga Susana Ório, de São Paulo (SP). "É possível manter esse contato no meio profissional, mas no Facebook pode não ser legal, porque ele vai procurar ostentar tudo o que tem e acaba constrangendo os outros", completa a especialista. E, longe do teclado do computador, vale refletir se há o que realmente trocar com alguém que se revela tão fútil. Imagem: Bianca Lucchesi/Uol


HOMOFÓBICO: em um mundo em que combater o preconceito de gênero ou orientação sexual se torna cada vez mais fundamental, ver alguém da timeline postar memes ou piadinhas ridicularizando os gays é um verdadeiro soco no estômago virtual. Pior que nem adianta argumentar com a pessoa, pois os homofóbicos só aceitam a sua própria verdade. De acordo com a psicóloga cognitivo-comportamental Mara Lúcia Madureira, de São José do Rio Preto (SP), homofobia é uma manifestação de ignorância e pode revelar o medo que a pessoa tem de se sentir atraída pelo mesmo sexo. "Pessoas seguras de sua sexualidade não se incomodam com a dos outros. Além disso, incompreensão e o receio não justificam o desrespeito às características individuais das outras pessoas nem o ato de difundir conceitos sórdidos", declara
Imagem:Bianca Lucchesi/UOL

PANFLETÁRIO: segundo seus posts, só a opinião política dele está certa. Até aí, tudo bem, pois cada um tem a sua convicção. "O problema é que, além de ele querer expressar a opinião, tem a intenção de criar polêmicas e espera que todos o apoiem. Caso isso não aconteça, cria-se uma pequena intriga, colocando em jogo a amizade. O que está por trás, então, é o desejo de impor ideias e não apenas compartilhar. Querer manter uma amizade onde a ideia de um tem que prevalecer sempre é aceitar ser uma mente que não pensa", diz psicoterapeuta Maura de Albanesi, de São Paulo (SP) Imagem: Bianca Lucchesi/UOL


RECLAMÃO: a pessoa que reclama demais mina a energia dos outros. Seja virtualmente ou presencialmente, é algo extremamente desagradável. "Quem reclama busca, consciente ou inconscientemente, puxar o outro para o estado emocional de tristeza e lamúrias", afirma a psicoterapeuta Maura de Albanesi, de São Paulo (SP). Trata-se, ainda, de um mecanismo que visa despertar a culpa do outro: "Como você pode estar sorrindo quando tem tudo isso de ruim acontecendo ao meu redor?" é o recado nas estrelinhas. A pessoa que age assim acredita que, na amizade, se um está mal, todos, então, devem estar mal com ele. Aos poucos, quem dá atenção às reclamações se sente abatida e triste sem aparente razão, pois se deixou contaminar. "Todo mundo tem problemas, mas usá-los para chamar atenção exige do outro um tempo e uma energia que talvez sejam melhor empregadas em coisas mais produtivas e positivas", diz Felipe Agne, consultor de mídias sociais de São Paulo (SP) Imagem: Bianca Lucchesi/UOL

EXPERT EM INDIRETAS: "A indireta me lembra uma música da extinta banda Luxúria: 'meu ódio é o veneno que eu tomo querendo que o outro morra'. Pode-se dizer o mesmo das indiretas, pois são usadas como alivio por pessoas que não têm maturidade para encarar seus problemas", diz Felipe Agne, consultor de mídias sociais de São Paulo (SP). De acordo com a psicoterapeuta Maura de Albanesi, de São Paulo (SP), quando uma pessoa fala diretamente o que pensa da outra dá a oportunidade de ela se colocar objetivamente. "A pessoa que dá indiretas é a típica manipuladora que não dá a cara para bater, mas consegue impor seu pensamento e alterar o comportamento alheio", explica. E quem deseja ficar perto de quem não fala às claras e tem sempre uma farpa ou um comentário de duplo sentido na ponta da língua?
Imagem: Bianca Lucchesi/UOL


PREGADOR: gosta de deixar bem claro que só a religião dele é a que vale a pena. Em algumas situações, escrevem posts que chegam a ofender quem segue uma crença diferente. "Tanto o panfletário quanto o pregador têm as mesmas características: querem impor a todo custo as suas ideias, sem o devido respeito às diferentes opiniões. Toda pessoa fanática tende a ver a sua verdade como absoluta se fechando na sua própria visão. O diálogo nunca será muito bem aceito, pois essas crenças religiosas criam paradigmas quase que intransponíveis, dificultando a troca, um dos bens mais valiosos numa amizade", fala a psicoterapeuta Maura de Albanesi, de São Paulo (SP)


RACISTA: para a psicóloga cognitivo-comportamental Mara Lúcia Madureira, de São José do Rio Preto (SP), a crença de superioridade racial e o desrespeito étnico é um modo de pensar e se comportar inadmissíveis e abomináveis entre quaisquer tipos de indivíduos ou grupos e devem ser combatidos e repudiados em todas as circunstâncias. "A veiculação e a propagação de mensagens que ferem os direitos humanos devem ser punidas não apenas com a quebra da amizade no Facebook, mas com leis severas", completa  Imagem: Bianca Lucchesi/UOL

MACHISTA: para a psicóloga cognitivo-comportamental Mara Lúcia Madureira, de São José do Rio Preto (SP), conflitos relacionados ao sexo e à sexualidade evidenciam um problema pessoal de quem os sente. "A necessidade de tentar se autoafirmar a partir do sexo expõe algum desajuste na organização da personalidade, déficits na compreensão dos gêneros e pobreza de julgamento para discernir que competência e superioridade nada têm a ver com gênero", diz Imagem: Bianca Lucchesi/UOL


ESCATOLÓGICO: embora defenda a tolerância às opiniões diferentes, tanto no ambiente real quanto no virtual, a psicóloga Lígia Baruch, mestre e doutoranda em Psicologia pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), é a favor da ideia de se afastar de amigos que que apreciam compartilhar fotos ou vídeos de acidentes, pessoas ou animais machucados ou mortos. "Primeiro vale dar um toque, avisando que postar tais coisas não está sendo legal", diz. Mas, se a mania persistir, é melhor deletar a pessoa da lista. "Mesmo com a intenção de denunciar algo ruim, algumas imagens provocam mal-estar"  Imagem: Bianca Lucchesi/UOL
Fonte: https://estilo.uol.com.br/comportamento/album/2014/08/01/reflita-se-vale-a-pena-manter-dez-tipos-de-amigos-no-facebook-e-na-sua-vida.amp.htm

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