Desde muito cedo somos levados a
acreditar numa relação amorosa fixa, estável e duradoura como única forma de
realização afetiva. Passamos então a vida esperando o momento de encontrar “a
pessoa certa”, para, a partir daí, vivermos felizes para sempre.
Sonhos e esperanças, por tanto
tempo alimentados, desaparecem, dando lugar à desilusão, muito comum, depois de
certo tempo. Por que a vida a dois não corresponde às expectativas nela
depositadas?
A resposta mais provável reside
no enorme descompasso entre a expectativa criada e a real possibilidade de
satisfazê-la. Alimentados pelo mito do amor romântico, homens e mulheres
esperam que as pessoas que se amam se tornem uma só.
Desistem de seus prazeres e
projetos pessoais, se afastam dos amigos, sempre apostando na satisfação mágica
de todas as necessidades. Participam sem cerimônia da vida do outro, mas o controle
sufocante que daí decorre não é evitado. É aceito como necessário para garantir
a complementação total.
O amor romântico é construído em
torno da idealização do amado em vez da realidade. A pessoa inventa o que quer
e atribui ao outro características de personalidade que na verdade ele não
possui. Mas na convivência diária é impossível manter a idealização. Quando
ocorre o desencanto, isto é, quando percebemos que o outro é um ser humano e
não a personificação de nossas fantasias, nos ressentimos e geralmente o
culpamos. O que ninguém pensa é que somos nós que precisamos modificar as
expectativas que alimentamos e as exigências que impomos aos nossos
relacionamentos.
Fonte:
http://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/2013/02/19/a-dor-evitavel-do-
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