terça-feira, 13 de março de 2012

Diferenças na criação de meninos e meninas podem prejudicar a criança


Quem nunca ouviu as frases: "Seu irmão pode porque é homem" ou "Você é homem e não precisa disso"? Uma verdadeira chatice para os filhos, mas para os pais, não. Criar de forma diferente meninos e meninas ainda é comum nas famílias brasileiras. "Elas são educadas para serem meigas, delicadas, cuidadoras, com incentivo à maternidade, à domesticidade e ao embelezamento. Já eles são encorajados a serem agressivos, ativos, independentes", diz a psicóloga Jane Felipe, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

As expectativas que a sociedade estabelece entre homens e mulheres. "Há pesquisas que mostram o quanto os adultos se preocupam, até mesmo com bebês, de forma diferenciada em função do sexo. Por exemplo, quando um menino tem sono inquieto, isso não é motivo de preocupação, pois espera-se que eles sejam mais agitados. No entanto, para as meninas, os pais consideram preocupante, pois acham que elas devem ser mais calmas."
Diferenças existem e devem ser respeitadas. "Entretanto, os pais precisam se atentar para que essas especificidades não sejam traduzidas em forças e fraquezas, em qualidades e defeitos, mas em comportamentos próprios, não só ao gênero ao qual pertencem, mas também ao ambiente social e ao comportamento que é esperado neste meio", afirma a psiquiatra Ivete Gianfaldoni Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatra da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo.

"Cada filho deve ser criado diferentemente, já que se trata de um ser único, com necessidades, desejos, potencialidades e limitações únicas. Depende da demanda de cada um, se estiver estritamente ligada ao gênero, sim, haverá diferenças de criação, do contrário não", explica a psiquiatra.


Oportunidades iguais
De acordo com os especialistas, diferenças entre os sexos não são naturais, mas construídas socialmente. "Cabe aos pais dar oportunidade a experiências diversas a seus filhos e filhas. Por exemplo, dar às meninas brinquedos e brincadeiras que incentivem o raciocínio lógico-matemático da mesma forma que incentivam os meninos", afirma Jane Felipe. "Os mesmos cuidados com um filho, que sai para a balada e volta de madrugada, também deve ser dado à filha. Ensinar a arrumar seu próprio quarto, preparar sua refeição são atribuições de todos, sejam meninos ou meninas", segundo Ivete Gattás.

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