Vinícius de Moraes, um romântico inveterado, afirmava aos
quatro cantos: é impossível ser feliz sozinho! Já o psiquiatra Flávio Gikovate
afirma exatamente o contrário, em entrevista à revista VEJA: "... os
solteiros felizes levam hoje uma vida bem serena e sem conflitos. Quando
sentem uma sensação de desamparo...
resolvem a questão sem ajuda... Os solteiros que não estão bem são geralmente
os que ainda sonham com um amor romântico..."
E você, o que pensa a respeito?
Você sabe se cuidar quando está sozinho? Quer dizer, ter um
grupo de amigos, ler um bom livro, ir a um cinema, escolher um bom restaurante,
ter um hobby, gostar do que faz, gostar de si mesmo, ter sonhos, planos,
existir? Ou é do tipo que lamenta não ter ninguém por perto e imagina:
"puxa, só serei feliz o dia em que trouxer para minha vida um grande
amor"?
Na mesma entrevista o psiquiatra informa que, com base nos
atendimentos que faz, só 5% dos casados são felizes. Por quê?
Bem, nessas relações o que impera é a busca pelo diferente.
E, quando opostos se atraem, um se submete e o outro manda. Um é egoísta e o
outro generoso, e assim por diante. Esse padrão, com o tempo, gera
ressentimento, mágoa, dor e sofrimento e, são coroados pela falta de diálogo,
pela mentira, pela traição e, por consequência, pela baixo autoestima, pelo
viver em função do outro, o abandonar-se, o ser abandonado, etc., etc..
Então o que vai ser? Namoro ou amizade? Casamento ou
solteirice?
É preciso compreender que toda escolha tem um preço. Toda
escolha demanda renúncia, perda, compromisso, ganhos e perdas. Ou seja, se a
questão é pagar para ver, que seja, então, para fazer direito.
Por que não entender e aprender um pouco com padrões que não
dão certo? Por que não mudar e transformar a vida, visando não um amor ideal,
mas sim um amor possível? E, nesse sentido, por que não decidir todos os dias
pela mesma escolha? Por que não construir, com o outro, a relação? Uma relação
onde os dois lados crescem e aparecem?
Difícil? Bem, quase impossível, se formos analisar as
estatísticas. Podemos, por isso, escolher entre ficar e aumentar o bolo dos 5%,
os que dão certo, ou engordar a fila dos outros 95%. E, o que precisamos para
tal? Aprender, aprender a nos conhecer. O autoconhecimento é ainda a única
chave para conhecer o outro.
O mundo nos tira do centro, nos tira do Ser e, se não
estamos centrados, diria a vocês que é impossível mesmo ser feliz. Só ou
acompanhados, vamos amargar nossa solidão — que está dentro. Vem do vazio de
não nos sabermos como parte do cenário. É quase existencial e, como tal,
complexa, de difícil compreensão.
Vale, no entanto, refletir e encontrar o seu caminho para
dentro, para o centro, para a harmonia que nos faz mais, melhor, nos faz quem
somos. Incluir o outro e, a partir de então, viver uma relação saudável, será
mais possível.
Mais informações sobre a autora no www.sandramaia.com
Fonte:
http://br.mulher.yahoo.com/blogs/amoreoutrascoisas/%C3%A9-imposs%C3%ADvel-ser-feliz-sozinho-162006630.html
Quem escreveu "É impossível ser feliz sozinho" foi Antonio Carlos Jobim. A letra e a música de "Wave" foram feitas sem o parceiro mais famoso.
ResponderExcluirBom, este texto apenas cita o romantismo de Vinícius de Moraes e se refere a dados de pesquisa sobre solidão, ele não fala da música de Antonio Carlos Jobim, muito famosa alás.
ExcluirSempre tenho o cuidado de citar as fontes da matéria.
De qualquer forma, agradeço por lembrar á música e o imortal Jobim.