
Aqui tem um pouco de mim, mensagens que recebo, as vezes falam o que se precisa ler naquele momento, algumas nos fazem rir, chorar, exatamente como a vida, momentos bons e ruins. Estes momentos são rabiscos e fragmentos de mim mesma, recolhidos de saudades de coisas que vivi ou que ainda desejo viver.
sábado, 27 de julho de 2013
Não precisa casar. Sozinho é melhor
Achei interessante a visão dele e compartilho com os amigos.
Gikovate - Não há nada de errado
em ser individualista. Muitos dos autores contemporâneos têm uma postura
crítica em relação a isso. Confundem individualismo com egoísmo ou descaso
pelos outros. São conceitos diferentes. Outros dizem que o individualismo é
liberal e até mesmo de direita. Eu não penso assim. O individualismo
corresponde a um crescimento emocional. Quando a pessoa se reconhece como uma
unidade, e não como uma metade desamparada, consegue estabelecer relações
afetivas de boa qualidade. Por tabela, também poderá construir uma sociedade
mais justa. Conhecem melhor a si próprio e, por isso, sabem das necessidades e
desejos dos outros. O individualismo acabará por gerar frutos muito interessantes
e positivos no futuro. Criará condições para um avanço moral significativo.
O psiquiatra decreta a morte do
amor romântico e diz que a vida de solteiro é um caminho viável para a
felicidade
Com 41 anos de clínica, o médico
psiquiatra Flávio Gikovate acompanhou os fatos mais marcantes que mudaram a
sexualidade no Brasil e no mundo. Por meio de mais de 8.000 pessoas atendidas,
assistiu ao impacto da chegada da pílula anticoncepcional na década de 60 e a
constituição das famílias contemporâneas, que agregam pessoas vindas de
casamentos do passado. Suas reflexões sobre o amor ao longo de esse tempo foram
condensadas no seu 26 livro, Uma História de Amor... com Final Feliz. Na obra,
a oitava sobre o tema, Gikovate ataca o amor romântico e defende o
individualismo, entendido não como descaso pelos outros e sim como uma maneira
de aumentar o conhecimento de si próprio. Tendo sido um dos primeiros a
publicar um estudo no país sobre sexualidade, atuou em diversos meios de
comunicação, como jornais e revistas e na televisão. Atualmente, possui um
programa na rádio, em que responde perguntas feitas por ouvintes. Aos 65 anos,
ele atendeu a reportagem de Veja em seu consultório no elegante bairro dos Jardins,
em São Paulo.
Veja - Ficar sozinho é melhor,
então?
Veja - O senhor diria para a
maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida?
Gikovate - Sim. As pessoas que
estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço
e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal
casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco
saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca
nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e
bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá
entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e
tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação.
Gikovate - Há muitos solteiros
felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando sentem uma sensação de
desamparo, aquele "vazio no estômago" por estarem sozinhos, resolvem
a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom
livro, vão ao cinema. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e
se dedicam às tarefas que mais gostam. Os solteiros que não estão bem são
geralmente os que ainda sonham com um amor romântico. Ainda possuem a idéia de que
uma pessoa precisa de outra para se completar. Pensam, como Vinicius de Moraes,
que "é impossível ser feliz sozinho". Isso caducou. Daí, vivem
tristes e deprimidos.
Veja - Por que os casamentos
acabam não dando certo?
Gikovate - Quase todos os casamentos
hoje são assim: um é mais extrovertido, estourado, de gênio forte. É vaidoso e
precisa sempre de elogios. O outro é mais discreto, mais manso, mais tolerante.
Faz tudo para agradar o primeiro. Todo mundo conhece pelo menos meia-dúzia de
casais assim, entre um egoísta e um generoso. O primeiro reclama muito e,
assim, recebe muito mais do que dá. O segundo tem baixa auto-estima e está
sempre disposto a servir o outro. Muitos homens egoístas fazem questão que a
mulher generosa esteja do lado dele enquanto ele assiste na televisão os seus
programas preferidos. Mulheres egoístas não aceitam que seus esposos joguem
futebol. Consideram isso uma traição. De um jeito ou de outro, o generoso
sempre precisa fazer concessões para agradar o egoísta, ou não brigar com ele.
Em nome do amor, deixam sua individualidade em segundo plano. E a felicidade
vai junto. O casamento, então, começa a desmoronar. Para os meus pacientes, eu
sempre digo: se você tiver de escolher entre amor e individualidade, opte pelo
segundo.
Veja - Viver sozinho não seria
uma postura muito individualista?
Veja - Por que os casamentos
normalmente ocorrem entre egoístas e generosos?
Gikovate - A idéia geral na nossa
sociedade é a de que os opostos se atraem. E isso acontece por vários motivos.
Na juventude, não gostamos muito do nosso modo de ser e admiramos quem é
diferente de nós. Assim, egoístas e generosos acabam se envolvendo. O egoísta,
por ser exibicionista, também atrai o generoso, que vê no outro qualidades que
ele não possui. Por fim, nossos pais e avós são geralmente uniões desse tipo, e
nós acabamos repetindo o erro deles.
Veja - Para quem tem filhos não é
melhor estar em um casamento? E, para os filhos, não é melhor ter pais casados?
Gikovate - Para quem pretende construir
projetos em comum e ter filhos é o mais
relevantes deles o melhor é jogar em dupla. Crianças dão muito trabalho e
preocupação. É muito mais fácil, então, quando essa tarefa é compartilhada. Do
ponto de vista da criança, o mais provável é que elas se sintam mais amparadas
quando crescem segundo os padrões culturais que dominam no seu meio-ambiente.
Se elas são criadas pelo padrasto, vivem com os filhos de outros casamentos da
mãe, mas estudam em uma escola de valores fortemente conservadores e religiosos,
poderão sentir algum mal-estar. Do ponto de vista emocional, não creio que se
possa fazer um julgamento definitivo sobre as vantagens da família tradicional
sobre as constituídas por casais gays ou por um pai ou mãe solteiros. Estamos
em um processo de transição no qual ainda não estão constituídos novos valores
morais. É sempre bom esperar um pouco para não fazer avaliações precipitadas.
Veja - Que conselhos você daria
para um jovem que acaba de começar na vida amorosa?
Gikovate - É preciso que o jovem
entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes,
romances e novelas, está com os dias contados. Esse amor, que nasceu no século
XIX com a revolução industrial, tem um caráter muito possessivo. Segundo esse
ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos
livres, o que é uma afronta à individualidade. O mundo mudou muito desde então.
É só olhar como vivem as viúvas. Estão todas felizes da vida. Contudo, como
muitos jovens ainda sonham com esse amor romântico, casam-se, separam-se e
casam-se de novo, várias vezes, até aprender essa lição. Se é que aprendem. Se
um jovem já tem a noção de não precisa se casar par ser feliz, ele pulará todas
essas etapas que provocam sofrimento.
Veja - As mulheres são mais
ansiosas em casar do que os homens? Por quê?
Gikovate - As mulheres têm
obsessão por casamento. É uma visão totalmente antiquada, que os homens não
possuem. Uma vez, quando eu ainda escrevia para a revista Cláudia, o pessoal da
redação fez uma pesquisa sobre os desejos das pessoas. O maior sonho de 100%
das moças de 18 a 20 anos de idade era se casar e ter filho. Entre os homens,
quase nenhum respondeu isso. Queriam ser bons profissionais, fazer grandes
viagens. Essa diferença abismal acontece por razões derivadas da tradição
cultural. No passado, o casamento era do máximo interesse das mulheres porque
só assim poderiam ter uma vida sexual socialmente aceitável. Poderiam ter
filhos e um homem que as protegeria e pagaria as contas. Os homens, por sua vez,
entendiam apenas que algum dia eles seriam obrigados a fazer isso. Nos dias que
correm, as razões que levavam mulheres a ter necessidade de casar não se
sustentam. Nas universidades, o número de moças é superior ao de rapazes. Em
poucas décadas, elas ganharão mais que eles. Resta acompanhar o que irá
acontecer com as mulheres, agora livres sexualmente, nem sempre tão
interessadas em ter filhos e independentes economicamente.
Veja - Como será o amor do
futuro?
Gikovate - Os relacionamentos que
não respeitam a individualidade estão condenados a desaparecer. Isso de certa
forma já ocorre naturalmente. No Brasil, o número de divórcios já é maior que o
de casamentos no ano. Atualmente, muitos homens e mulheres já consideram que
ficarão sozinhos para sempre ou já aceitam a idéia de aguardar até o momento em
que encontrarão alguém parecido tanto no caráter quanto nos interesses
pessoais. Se isso ocorrer, terão prazer em estar juntos em um número grande de
situações. Nesse novo cenário, em que há afinidade e respeito pelas diferenças,
a individualidade é preservada. Eu estou no meu segundo casamento. Minha mulher
gosta de ópera. Quando ela quer ir, vai sozinha. E não há qualquer problema
nisso.
Veja - Quando duas pessoas
decidem morar juntas, a individualidade não sofre um abalo?
Gikovate - Não necessariamente
elas precisarão morar juntas. Em um dos meus programas de rádio, um casal me
perguntou se estavam sendo ousados demais em se casar e continuarem morando
separados. Isso está ficando cada dia mais comum. Há outros tantos casais que
moram juntos, mas em quartos separados. Se o objetivo é preservar a
individualidade, não há razão para vergonha. O interessante é a qualidade do
vínculo que existirá entre duas pessoas. No primeiro mundo, esse comportamento
já é normal. Muitos casais moram até em cidades diferentes.
Veja - É possível ser fiel
morando em casas ou cidades diferentes?
Gikovate - A fidelidade ocorre
espontaneamente quando se estabelece um vínculo de qualidade. Em um clima
assim, o elemento erótico perde um pouco seu impacto. Por incrível que pareça,
essas relações são monogâmicas. É algo difícil de explicar, mas que acontece.
Veja - Com o fim do amor
romântico, como fica o sexo?
Gikovate - Um dos grandes
problemas ligados à questão sentimental é justamente o de que o desejo sexual
nem sempre acompanha a intimidade efetiva, aquela baseada em afinidade e
companheirismo. É incrível como de vez em quando amor e sexo combinam, mas isso
não ocorre com facilidade. Por outro lado, o sexo com um parceiro desconhecido,
ou quase isso, é quase sempre muito pouco interessante. Quando acaba, as
pessoas sentem um grande vazio. Não é algo que eu recomendaria. Hoje, as normas
de comportamento são ditadas pela indústria pornográfica e se parece com um
exercício físico. O sexo então tem mais compromisso com agressividade do que
com amor e amizade. Jovens que têm amigos muito chegados e queridos dizem que
transar com eles não tem nada a ver. Acham mais fácil transar com inimigos do
que com o melhor amigo. Penso que, com o amadurecimento emocional, as pessoas
tenderão a se abster desse tipo de prática.
Veja - O senhor já escreveu
colunas para jornais, revistas, atuou na televisão e agora tem um programa na
rádio. O senhor se considera um marqueteiro?
Veja - As desilusões com o
primeiro casamento têm ajudado as pessoas a tomar as decisões corretas?
Gikovate - No início da epidemia
de divórcios brasileira, na década de 70, as pessoas se separavam e atribuíam o
desastre da união a problemas genéricos. Alguns diziam que o amor acabou.
Outros, o parceiro era muito chato. Não se davam conta de que as questões eram
mais complexas. Então, acabavam se unindo à outras pessoas muito parecidas com
as que tinham acabado de descartar. Hoje, os indivíduos estão mais críticos.
Aceitam ficar mais tempo sozinhos e fazem autocríticas mais consistentes. Por
causa disso, conseguem evoluir emocionalmente e percebem que terão que mudar
radicalmente os critérios de escolha do parceiro. Se antes queriam alguém
diferente, hoje a tendência é buscarem uma pessoa com afinidades.
Gikovate - Sempre gostei de
trabalhar com os meios de comunicação. Psicologia não é assunto para
especialistas, mas de todo mundo. Faço essas coisas também porque é uma forma
de entrar em contato com um público diferente do que eu encontro normalmente.
Na rádio, respondo perguntas de gente tacanha, que jamais teriam condição de
pagar uma consulta. Estão em um outro patamar financeiro. Mas o que dizem, é
ouro puro. As colunas e programas de rádio que eu faço não me trazem clientes.
Às vezes, só atrapalham. Em 1982, aceitei trabalhar com o Corinthians. Era a
democracia corinthiana. Foi um balde de água fria na clínica. Imagine só, o
Corinthians! Não foi o tipo de notícia que meus pacientes gostaram de ouvir. Eu
fiquei lá dois anos. Meu pai ficava chocado com essas coisas, porque naquele
tempo médico de bom nível não fazia essas coisas. Não estava nem aí. Quando eu
me interesso por alguma coisa, eu vou. No mais, se eu fosse um simples
marqueteiro, não teria durado 41 anos.
Veja - Apesar de todo esse tempo
de clínica, o senhor atuou sozinho, longe das universidades. Por quê?
Gikovate - O mundo acadêmico está
cheio de papagaios, que repetem fórmulas prontas. Citam sempre outros
pensadores, mas nunca vão a lugar algum. Não têm coragem para disso. Esse
universo, do qual eu acabei me afastando, é extremamente conservador. Não são
eles que produzem as novas idéias. Muitos fingem que eu não existo. Diziam à
pequena que eu era um cara muito pragmático, que levava em conta muito os
resultados, o que é verdade. Os que mais gostam do que eu faço não são da minha
área. São os filósofos, como o Renato Janine Ribeiro e a Olgária Matos. De
minha parte, eu sempre fugi dos rótulos. Não me inscrevi membro da Sociedade de
Psicanálise. Não sou membro de qualquer sociedade dogmática. Não sou sócio de
nenhum clube. Sou uma pessoa de mente aberta. Nunca quis discípulos. Os meus
discípulos, se um dia existirem, pensarão por conta própria. Se tiverem um
monte de opiniões diferentes das minhas, seria ótimo.
Fonte: http://veja.abril.com.br/entrevistas/flavio_gikovate.shtml
terça-feira, 16 de julho de 2013
Todo mundo pode ter ideias geniais; veja 20 dicas para afiar a criatividade
- A capacidade de chegar a respostas inovadoras para velhos problemas é uma habilidade que pode ser aprimorada dia a dia
Grandes gênios de todos os tempos sempre se destacaram pela criatividade. A capacidade de chegar a respostas inovadoras para velhos problemas não é um dom que recebemos ao nascer, mas uma habilidade que pode ser aprimorada dia a dia. "Todos nascemos criativos. É justamente a capacidade de inovar, de ir além, que faz com que o ser humano não seja um mero executor de tarefas e nos diferencia de um robô", aponta Solange Machado, professora do curso de Inovação da HSM Educação, em São Paulo.
A criatividade está relacionada à simplicidade e, muitas vezes, as soluções para problemas aparentemente difíceis estão mais próximas do que imaginamos. "Criatividade não tem nada a ver com inteligência. Todos nós somos potencialmente criativos, mas há formas de estimular e aperfeiçoar essa habilidade", garante Ana Lucia Pita, professora do curso de Criatividade e Inovação do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.
Com a ajuda de especialistas, listamos 20 dicas para ajudar a estimular criatividade a partir de mudanças de hábitos, pensamentos e ações.
1) Seja bem-humorado. "Você nunca ouvirá que alguém teve uma grande ideia de mau humor", garante o empresário Roberto Menna Barreto, autor do livro "Criatividade no Trabalho e na Vida" (Summus Editorial). Ele explica que bom humor não significa achar tudo maravilhoso sempre, mas encarar as situações de maneira leve e estar de bem consigo mesmo.
2) Aprenda a observar. "É preciso olhar o mundo sem preconceito para enxergá-lo como de fato é, e não como achamos que deveria ser", declara Ana Lucia. Assim, fica mais fácil perceber quais as necessidades reais das pessoas e o que é preciso fazer para inovar.
3) Leia livros que falem de temas diferentes, que não pertençam à sua área de atuação profissional. "Muitas criações estão atreladas à conexão de conhecimentos que estabelecemos entre assuntos distintos", explica o coach Douglas de Matteu, presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Marketing.
4) Agite a sua vida social. Pessoas criativas estão sempre conhecendo gente nova. Isso possibilita não só aumentar as chances de aprendizado, mas diversificar os seus interesses.
5) Mantenha o foco. Ao se deparar com um problema ou oportunidade que exige uma solução criativa, concentre-se nisso. "Assim, preparamos nossa mente para romper com a realidade existente e nos abrimos para perceber possibilidades e conexões que normalmente não enxergamos", atesta Ana Lucia.
6) Não tenha medo de errar. "O principal bloqueio à criatividade é o temor de fazer algo que será criticado ou ridicularizado", diz o consultor Sergio Navega, autor de "Pensamento Crítico e Argumentação Sólida" (Publicações Intelliwise).
7) Insista. Na fase chamada de esquentamento da ideia, é preciso fazer todo tipo de pergunta para estudar a viabilidade da inovação, sem submeter os conceitos a um senso crítico muito elevado. "Falar besteira faz parte do processo de criar um novo ponto de vista", diz Barreto. Assim, dê asas à imaginação e vá até o fim do ciclo de pensamento. Deixe para analisar só depois de explorar todas as possibilidades.
8) Faça pausas. "Quando passamos muito tempo observando um único ponto, nosso olhar cansa e deixamos de enxergar qualquer possibilidade de solução", afirma Regina Lara Silveira Mello, artista plástica e doutora em Criatividade pelo Mackenzie. Segundo ela, intervalos arejam a cabeça e permitem retomar a resolução do problema mais relaxadamente, portanto com mais clareza para identificar erros e propor acertos.
9) Quanto mais cultura, melhor. Viaje, visite lugares diferentes, escute músicas, compartilhe ideias, leia, assista a filmes. "Todas estas atividades desenvolvem as habilidades de pensar de um jeito diferente do convencional", indica de Matteu.
10) Descanse. "O lazer e a calma criam o contexto em que as ideias conseguem se encontrar no cérebro, possibilitando novas conexões e concepções", explica Solange. O ideal é buscar prazer num hobby, numa atividade física ou num encontro com uma pessoa extremamente agradável.
11) Carregue sempre um bloco de anotações. Assim, quando tiver alguma ideia interessante, poderá anotá-la para tentar desenvolver mais tarde.
12) Duvide com mais frequência. Não acredite em 100% do que lhe é exposto. Ao questionar as verdades tidas como absolutas, você se estimula a enxergar as coisas de uma maneira diferente. Então, tente ser mais curioso e perca o medo de perguntar.
13) Valorize-se. Não encoraje sentimentos como insegurança, vergonha, culpa, ressentimento e inveja. "Quem alimenta sentimentos como esses, perde a espontaneidade. E a criatividade é um subproduto da espontaneidade", garante Barreto.
14) Abra mão de tanta lógica. Não tente encontrar sentido em tudo, já que o pensamento racional e técnico não ajuda a criar. Quem se apega demais a isso, corre o risco de ser taxado de quadrado ou careta.
15) Descubra no que você é bom. "É mais fácil criar quando estamos utilizando nossos talentos e quando fazemos algo de que gostamos", declara de Matteu.
16) Treine o seu lado rebelde internamente, ao invés de publicamente. Pergunte-se o que aconteceria se você se comportasse de forma diferente da que vem agindo, focando mais em como se sentiria em cada situação e menos nas consequências.
17) Aprenda a curtir os desafios. Quando um problema cair no seu colo, não reclame; enxergue como uma oportunidade para estimular a criatividade. Se feito com frequência, isso se torna um padrão de pensamento.
18) Criatividade não combina com estresse. Para criar algo, é preciso um problema, mas isso não pode levá-lo ao desgaste. Se a pressão da situação faz você se sentir ameaçado, pare, acalme-se e só depois retome o desafio.
19) Desapegue da tecnologia. "Computadores e smartphones consomem toda a energia de atenção do nosso cérebro, em geral, com estímulos fúteis, impedindo que a nossa mente entre nesses estados criativos", alerta o consultor Sergio Navega. Tente aproveitar pelo menos algumas pausas longe das redes sociais.
20) Inspire-se em alguém. Reconheça, entre seus amigos e colegas de trabalho, aqueles que são naturalmente criativos e, da próxima vez que estiver diante de um desafio, tente imaginar como aquela pessoa resolveria a questão. "Esse exercício de se colocar no lugar do outro, por si só, já favorece o aparecimento de alguma ideia interessante. A criação será sua, você terá apenas copiado a postura mental daquela pessoa", finaliza Navega.
Reconhecer os próprios talentos é essencial para uma vida feliz
Saber quais são as nossas habilidades e investir no aprimoramento delas é uma forma eficiente de favorecer o desenvolvimento pessoal e profissional e até garantir relacionamentos mais felizes. Afinal, dedicar-se a um objetivo é muito mais satisfatório quando sabemos onde investir a própria energia.
"Reconhecer nossos talentos é o primeiro passo para começarmos a desenvolvê-los", afirma Marcela Cordeiro Felix de Lima, psicóloga pela PUC-SP. Segundo a especialista, só quando temos noção de nossos pontos fortes e sabemos o que nos torna especiais, podemos focar nestas habilidades para ir além do senso comum e ganhar destaque.
"Todas as pessoas têm dons ou habilidades que os diferenciam dos demais. Agora, saber reconhecer e investir nesses dons é o que faz a diferença entre o sucesso e o fracasso", diz o psicólogo Alexandre Bortoletto, instrutor da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística. "Nascemos com talentos, mas eles certamente precisam ser lapidados", defende o especialista.
Olhando para dentro
No momento de reconhecer as próprias qualidades, vale avaliar o seu desempenho nas atividades corriqueiras, em vez de procurar algo grandioso em que se sobressaia. "Um bom negociante, por exemplo, pode ser bem sucedido administrando uma empresa e também mediando as suas relações pessoais", pondera Marcela. Saber tirar proveito das dificuldades, improvisar, ter flexibilidade, criatividade e comunicar-se bem são capacidades que podem ser chamadas de talentos, por impulsionarem o desenvolvimento em diversas áreas da vida.
Outra estratégia é estar atento às sensações que determinadas atitudes provocam em você. "Quando exercitamos nossos talentos, as tarefas parecem mais prazerosas e fáceis de serem desempenhadas", diz Marcela.
Nesse processo de autoconhecimento, vale também conversar com pessoas de confiança e descobrir qual é a percepção que elas têm a seu respeito. Só tome cuidado para não escolher alguém que dirá coisas boas somente para agradá-lo. "No ambiente profissional, é possível reconhecer muitas capacidades, desde que se esteja aberto para receber o feedback de colegas e chefes", diz Bortoletto.
Práticas meditativas que levam à reflexão são outros caminhos interessantes e que podem conduzir ao reconhecimento dos dons. "Por meio de meditação, da ioga ou até numa caminhada, voltamos a atenção para dentro e podemos avaliar com mais clareza nossas capacidades e fragilidades. A partir daí, podemos escolher manifestar as virtudes e corrigir as fraquezas", observa o psicólogo José Roberto Leite, coordenador da unidade de Medicina Comportamental da Unifesp.
É fundamental, entretanto, ter coragem para colocar em prática aquilo que acreditamos ser um talento, mesmo sem ter total certeza disso. "Nós somos aquilo que habitualmente fazemos. Então, à medida que eu manifesto os dons e chego a resultados interessantes, isto molda a minha personalidade", afirma Leite.
Sempre em movimento
E apesar da importância de se enxergar e valorizar os talentos que se tem, é preciso considerar que as habilidades podem mudar com o passar dos anos. O que explica, por exemplo, o fato de muitas pessoas trocarem de profissão conforme amadurecem.
Assim, apesar de nascermos com alguns talentos ou com facilidade para determinadas tarefas, é inevitável que conforme as habilidades vão sendo desenvolvidas, surjam novos interesses. "Essa mudança faz parte do caminho natural do ser humano, que sente necessidade constante de aprender e evoluir", diz a psicóloga.
O peso que será dado a estes novos interesses, no entanto, é uma escolha individual. Mas uma coisa é certa: quando se trata de desenvolvimento pessoal, mudanças são sempre positivas. "O reconhecimento de novas habilidades leva à formação de um indivíduo cada vez mais completo", finaliza José Roberto Leite.
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