A adoção do horário de verão
brasileiro costuma levantar as mesmas questões todos os anos. A economia de
energia realmente justifica os transtornos causados à população? Afinal, por
que são adotados? E quem foi o autor dessa ideia?
Histórico
ESTABELECIDOS NO BRASIL POR
DECRETO desde 1931 (por Getúlio Vargas), ainda que de forma descontínua, suas
origens na verdade remontam à Inglaterra do ano de 1907.
Foi lá que um construtor
londrino, membro da Sociedade Astronômica Real, chamado William Willett
(1856-1915) deu início a uma campanha para diminuir o consumo de luz artificial
ao mesmo tempo que estimulava o lazer dos britânicos.
Num panfleto de 1907 intitulado
"Waste of Daylight" (Desperdício de Luz Diurna) Willett propôs
avançar os relógios em 20 minutos nos domingos do mês de abril e retardá-los a
mesma quantidade nos domingos de setembro.
As polêmicas surgiram ali mesmo.
Especialmente entre os fazendeiros, que têm que acordar com o Sol não importa
que horas marquem os relógios. Willett não viveu o suficiente para ver sua
idéia colocada em prática. O primeiro pais a adotar o horário de verão acabou
sendo a Alemanha, em 1916, seguido pela Inglaterra.
Como funciona
O PRINCÍPIO DO HORÁRIO DE VERÃO
continua o mesmo: adaptar nossas atividades diárias à luz do Sol. Nos meses de
verão o Sol nasce antes que boa parte da população tenha iniciado seu ciclo de
trabalho. Assim, se os relógios forem adiantados durante esse período, a luz do
dia será melhor aproveitada e as pessoas passarão a consumir energia em melhor
acordo com a luz solar.
Hoje, aproximadamente 30 países
utilizam o horário de verão em pelo menos parte de seu território. E muito
embora o nome faça referência a uma estação do ano, as datas de início e fim do
horário de verão não são definidas por critérios astronômicos.
Boa parte das porções
continentais do planeta está no hemisfério norte. Ali o inverno costuma ser
rigoroso e o Sol se põe bem cedo, levantando-se timidamente durante o dia. No
verão ocorre o contrário: é comum ainda haver claridade por volta das 20 ou até
22 horas. É por isso que nesses lugares o horário de verão faz muita diferença.
E o Brasil?
NOS PAÍSES EQUATORIAIS (cortados
pela linha do equador) e nos tropicais (situados entre o Trópico de Câncer e o
Trópico de Capricórnio), a incidência da luz solar é mais uniforme durante todo
o ano e dessa forma não há muita vantagem na adoção do horário de verão.
No caso do Brasil – atualmente o
único país equatorial do mundo que adota o horário de verão – a economia de
energia elétrica não é considerada o fator predominante. Segundo o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a motivação de se estabelecer esse
dispositivo no Brasil é pela segurança do sistema.
Durante os meses do verão ocorre
um aumento na demanda de energia, o que é particularmente percebido por volta
das 18h, quando as pessoas retornam para seus lares e ligam luzes, chuveiros,
condicionadores de ar, fornos, etc. Esse também é o horário em que a iluminação
pública é acionada. O aumento brusco da demanda pode ter impacto negativo na
estabilidade do sistema elétrico.
Ao se adotar o horário de verão
brasileiro ocorre um deslocamento na entrada da iluminação pública (devido à
iluminação natural, ainda presente), que passa a não mais coincidir com a
chegada das pessoas em casa após o trabalho. Por causa de fatores como este o
aumento da demanda se dá de forma mais gradual, o que melhora a segurança do
sistema, segundo o ONS.
Fonte: http://www.zenite.nu/